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protocolo de kyoto emissões de gases-estufa
2007-05-19
O fracasso nos esforços para levar os Estados Unidos e grandes países em desenvolvimento para a mesa de negociações sobre o combate ao aquecimento global marcou as discussões realizadas nesta semana em Bonn, sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU).

As negociações tinham por meta fixar as bases sobre as quais será realizada uma conferência marcada para ocorrer em dezembro, na Indonésia. Em debate está a possibilidade de fortalecer e prorrogar para além de 2012 o Protocolo de Kyoto, sobre combate ao aquecimento.

Até agora, apenas alguns dos países ricos adotaram metas de emissão ao assinarem o protocolo, e uma das dificuldades nas negociações realizadas atualmente é a exigência desses países em impor às nações em desenvolvimento limites de emissão. Apesar dos recentes relatórios da ONU alertando para os perigos das mudanças climáticas, os EUA e o Japão consideravam pequenas as chances de iniciar, na conferência de Bali, negociações formais sobre prorrogar o Protocolo de Kyoto.

"Precisamos que todos os grandes emissores participem, incluindo a Índia, a China e os EUA", afirmou o principal negociador do Japão, Mutsuyoshi Nishimura. "Realmente, eu não acredito que essas condições serão atendidas. Tenho poucas expectativas sobre lançar as negociações em Bali."

Rejeição
Os EUA nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto e rejeitaram a possibilidade de realizar negociações em Bali a fim de mudar um outro tratado sobre o clima, a Convenção sobre as Mudanças Climáticas, uma medida necessária a fim de se prorrogar Kyoto. "Isso seria certamente prematuro", afirmou à Reuters o principal negociador do governo norte-americano para o setor, Harlan Watson.

A China deseja um maior envolvimento dos EUA e dos outros países ricos no enfrentamento de um problema que, segundo o país asiático, é provocado pelos séculos que esse bloco de nações passou queimando combustíveis fósseis. "Não acredito que o primeiro período de Kyoto seja suficiente para os países desenvolvidos darem mostras de seu comprometimento", afirmou o chefe da delegação chinesa, Guoshun Sun.

"Faremos o que for possível para controlar as emissões. Os países em desenvolvimento precisam de ajuda tecnológica e de recursos financeiros dos países desenvolvidos." O chefe da agência de clima da ONU, Yvo de Boer, reconheceu que há "pontos divergentes", mas ressaltou algumas mudanças verificadas nas negociações de Bonn.

Emergentes
A autoridade destacou a disposição do Brasil e da África do Sul em negociar sobre a adoção de alguns compromissos. A Alemanha recebe a cúpula do Grupo dos Oito (G8) que acontece em junho e esperava que a mudança na postura dos governos brasileiro e sul-africano abrisse as portas para negociações sérias sobre prorrogar Kyoto.

"Em nosso processo do G8, esperamos dar esse sinal para Bali e isso é algo a partir do qual a chanceler (Angela) Merkel conseguirá avançar", disse a principal negociadora da Alemanha para as questões ambientais, Nicole Wilke. "Precisamos decidir agora como conseguiremos atraí-los para um futuro regime (de metas de emissão)."
(Reuters, 18/05/2007)


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