A presidente da BR Distribuidora, Graça Foster, disse ontem (17/05) que as companhias do setor estão preocupadas com o possível surgimento de um mercado clandestino de biodiesel. Segundo ela, já há casos de uso ainda não autorizado do biocombustível 100% vegetal. O percentual ainda não passou por testes, mas vem sendo utilizado por agricultores em caminhões e máquinas agrícolas, principalmente na região Centro-Oeste do País.
A executiva da BR revelou ainda que as distribuidoras já acionaram a Agência Nacional do Petróleo. “A ANP está atuando para fiscalizar o uso clandestino e autuar quem estiver agindo fora da lei”, advertiu. Graça Foster não disse qual o volume de mercado afetado por essa prática e assegurou que a empresa vem ganhando espaço no mercado. “Este ano, o primeiro trimestre registrou o maior lucro da história da BR. Repassamos o biodiesel para o revendedor pelo mesmo preço que ele compra diesel”, justificou.
Ontem, a BR Distribuidora e a Companhia Vale do Rio Doce anunciaram parceria para a venda de uma mistura de óleo diesel contendo 20% de biodiesel (B20), para ser utilizada em locomotivas das estradas de ferro Carajás e Vitória-Minas. A subsidiária da Petrobras vai fornecer 33 milhões de litros mensais para a Vale a partir do ano que vem. O contrato valerá por cinco anos e pode ser renovado por mais dois.
“Os dois mil quilômetros de ferrovias que serão atendidos por essas locomotivas já têm estrutura para o abastecimento com o biodiesel”, informou o diretor-executivo de Logística da Vale do Rio Doce, Eduardo Bartolomeu. De acordo com ele, a companhia investiu R$ 2 milhões na fase de testes e em adaptações. A assinatura do acordo fará com que a mineradora brasileira se torne a maior consumidora de biodiesel de todo o País.
Graça Foster adiantou que estão sendo negociadas as misturas com 5%, 10% e até 30% de biodiesel vendido pela Petrobras, mas sem divulgar os nomes das empresas interessadas.
(
O Dia, 18/05/2007)