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2007-05-18
Projetos da Celesc e da Eletrosul, que somam investimentos de R$ 210 milhões, aguardam liberação. Florianópolis está à beira de um colapso no sistema de energia elétrica. Em períodos de maior fluxo turístico, como no final do ano passado e no Carnaval, já foram promovidos corte de cargas. O diretor técnico da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), Eduardo Sitônio, afirma que a linha Trindade-Palhoça - que sai do continente e entra na ilha pela ponte Colombo Salles - e os transformadores e alimentadores da subestação Ilha-Centro, localizada próxima à ponte Hercílio Luz, estão sobrecarregados. "O problema se agrava no verão. Para a próxima temporada, com a perspectiva de parte sul da BR-101 ficar pronta, aumentará muito o volume de turistas, vindos do Rio Grande do Sul e da Argentina. Vamos montar uma estrutura como nunca se viu para monitorar os cortes de energia", diz Sitônio.

Para resolver o problema, dois projetos, um da Celesc e outro da Eletrosul Centrais Elétricas (Eletrosul), que totalizam investimentos de R$ 210 milhões, aguardam liberação para serem executados. Um dos projetos, de uma nova linha de transmissão, foi elaborado pela Eletrosul e delegado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) logo após o apagão de 2003 que deixou Florianópolis (ilha) sem luz durante 52 horas. O investimento total na obra, cujos equipamentos já estão todos comprados e aguardando a liberação, é de R$ 150 milhões.

A linha sai do continente, do município de Biguaçu, e através de um cabo submarino de quatro quilômetros de extensão, entra na ilha pelo sul, na subestação de Desterro. "Ficaríamos com duas opções e nunca mais teríamos problemas de um apagão", diz Sitônio. O projeto da Eletrosul está travado no Ibama que liberou apenas a Licença Provisória. A obra aguarda a Licença de Instalação (a LI), que dá o direito de construir.

O presidente interino da Eletrosul, Ronaldo Custódio, afirma que o atraso da obra da linha de transmissão da Eletrosul vai ocasionar falta de energia elétrica no mês de dezembro, quando começam a chegar os turistas a Florianópolis. A expectativa da empresa era receber a licença em abril para começar a obra neste mês de maio. Como ela demora de oito a nove meses, poderia ficar pronta em dezembro.

Uma quinta inspeção de técnicos do Ibama de Brasília está agendada para ainda este mês. O coordenador substituto do Núcleo de Licenciamento da superintendência do Ibama em Santa Catarina, Kleber Souza, afirma, no entanto, que a instituição em Florianópolis, não recebeu ainda o memorando para a inspeção.Outro projeto, mais antigo, de uma nova subestação de energia elétrica, localizada no centro de Florianópolis foi apresentado pela Celesc em 2001, mas nem iniciou. Eduardo Sitônio afirma que o projeto está parado, porque a Câmara de Vereadores revogou a lei que permita a obra. "O Plano Diretor de Florianópolis não é claro quanto à região que se pode construir uma subestação. Eles não conseguem enxergar daqui a dez anos, para qual lado a cidade vai crescer", reclama. "O empreendimento foi elaborado para dar uma nova configuração para a malha elétrica que atende a Ilha, com a formação de um ‘anel elétrico’".

A nova subestação será interligada com as subestações Trindade e Ilha Centro, localizadas na parte insular, e com a subestação Palhoça, na região continental. "O anel permitirá manobras no sistema elétrico, transferindo cargas de uma subestação para outra, sem prejuízos à continuidade do fornecimento", explica Sitônio.

Na época da concepção do projeto da subestação, a Celesc enviou correspondência à então prefeita Ângela Amin, solicitando a liberação do local. A prefeita, por sua vez, remeteu pedido de aprovação de lei específica à região à Câmara de Vereadores. Foi realizada uma audiência pública com os mora-dores, reunião que foi "manipulada", segundo a Câmara de Vereadores. "A maioria dos presentes (90%) eram técnicos da Celesc e os demais eram representantes fictícios da comunidade envolvida", conta o vereador Márcio de Souza (PT).

Segundo ele, de posse do resultado da audiência, de que a sociedade estava de acordo com a obra da subestação, a Câmara aprovou o projeto enviado pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF). "Depois de um ano, começamos a receber ligações de moradores preocupados com a obra".

O local escolhido pela Celesc para a instalação da subestação é uma encosta de morro, área residencial cercada por casas. "Ninguém quer uma subestação no bairro onde mora. Os equipamentos são pesados e transmitem ondas eletromagnéticas, que influenciam no organismo humano", diz Souza.

O vereador foi, então, averiguar junto às três comunidades do centro de Florianópolis atingidas pela obra e constatou que os representantes dos moradores que assinaram o documento da audiência pública não existiam. "A Câmara foi lograda, foi envolvida num processo de falsidade ideológica e abriu uma investigação". Souza conta que a Câmara alterou o zoneamento da cidade para aprovar a lei que permitiu a obra. "O projeto de lei transformou a região de área residencial para área de saneamento e energia. A lei então acabou sendo revogada", diz.

Márcio de Souza considera que a Celesc deve encontrar outro local para fazer a subestação. "Querem construir no centro para atender a região da Trindade, onde aprovaram várias obras, de grande porte, de supermercados e shopping. Porque o IPUF e a Celesc não consideraram o impacto no aumento do consumo de energia antes de aprovar a instalação destes empreendimentos? Porque permitiram mais obras na região?", indaga o vereador. Eduardo Sitônio afirma que a Celesc não desistiu da região, mas que avalia outros terrenos para a construção da subestação.

kicker: Atraso da obra da linha de transmissão vai ocasionar falta de energia em dezembro, quando começam a chegar os turistas.

(Por Juliana Wilke, Gazeta Mercantil, 18/05/2007)

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