Como recuperar o zinco contido nas bilhões de pilhas elétricas que circulam pelo mundo ou nas milhares de toneladas de resíduos oriundos dos processos produtivos de diversas indústrias, como as metalúrgicas? Esse problema, em testes preliminares, acaba de ser resolvido graças a uma tecnologia desenvolvida na cidade francesa de Bonneville pela empresa RVX (sigla em francês para reciclagem, valorização e avaliação). A partir de agora será possível obter, desses descartes, um pó com alto teor de Zinco (98%). Esse pó, muito fino e homogêneo, poderá ser reutilizado pela indústria química, na composição de tintas anticorrosivas ou na fabricação de partes dos freios de automóveis. O processo é capaz de tratar cerca de 10 mil toneladas de dejetos com zinco por ano. A RVX se prepara agora para construir a primeira unidade recicladora de zinco do mundo. Atualmente, as pilhas velhas acabam mesmo em lixões. Poucos são os países e as indústrias que mantêm programas específicos para o recolhimento desse material. Além disso, mesmo as que dispõe desse serviço não tinham, até então, como reciclá-los. O problema desse descarte incorreto é que esses produtos são altamente tóxicos. Na sua composição, as pilhas contam com compostos químicos que são cancerígenos. Amassadas no processo de compactação do lixo, elas liberam essas substâncias. Uma vez vazando para eventuais corpos da água - como rios ou córregos - esses poluentes entram na cadeia alimentar, contaminam a flora e os peixes, que podem acabar sendo consumidos pelos seres humanos.(A Tribuna-5/11)