Pelo menos R$ 80 mil em madeira estão deixando de ser exportados do Amazonas para o mercado europeu, em virtude da greve dos funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deflagrada no estado desde o dia 3.
Segundo Francisco Antônio, gerente de exportação e logística da madeireira Mil, sediada no município de Itacoatiara, aproximadamente 100 metros cúbicos de madeira ficam parados diariamente na empresa por falta de fiscalização e da liberação por parte do Ibama. "Desde que a greve do Ibama começou no Amazonas, esses processos estão empacados e sem a exportação para a Holanda, nosso principal cliente, o prejuízo diário é estimado em até R$ 90 mil", informou.
Para o diretor-presidente da Agência de Florestas do Amazonas (Afloram), Malvino Salvador, apesar dos 13 dias de paralisação no Ibama, ainda não é possível mensurar os prejuízos causados no interior do estado sem a fiscalização ambiental. Desde outubro do ano passado, explicou, as atividades de licenciamento, liberação das atividades madeireiras e planos de manejo, se feitos em áreas com menos de 50 mil hectares, são de responsabilidade do governo estadual, por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
"Neste momento, ainda não temos como calcular os prejuízos da greve. Mas sobre as reservas de desenvolvimento sustentável, como a de Mamirauá, as atividades de controle ambiental estão transcorrendo normalmente", afirmou Salvador.
Na segunda-feira (14), o juiz substituto da 17ª Vara Federal em Brasília, José Gutemberg de Barros Filho, concedeu decisão provisória determinando que 50% dos servidores efetivos do Ibama retornem ao trabalho. A medida foi tomada a pedido da direção da autarquia na semana passada.
O analista ambiental Marcelo Dutra, funcionário do Ibama no Amazonas, lembrou que os servidores já estão cumprindo essa decisão desde ontem (16). Ele garantiu, no entanto, que a partir de segunda-feira (21) será iniciada uma "greve política, principalmente para sensibilizar a sociedade de que o instituto é o principal guardião do meio ambiente brasileiro".
E acrescentou: "Faremos uma nova assembléia com os servidores e reivindicaremos a reposição salarial. Não queremos prejudicar a sociedade, mas fazê-la entender a importância de não enfraquecer o Ibama por conta da criação do Instituto Chico Mendes".
(Por Amanda Mota,
Agência Brasil, 17/05/2007)