A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, ontem (16/5), por 17 votos favoráveis e quatro contrários, o uso comercial da semente de milho transgênico resistente ao herbicida glufosinato de amônio. A variedade Liberty Link, desenvolvida pela Bayer CropScience, foi o terceiro vegetal geneticamente modificado liberado para o plantio e comercialização no Brasil depois da soja RR e do algodão resistente a insetos. A decisão foi a primeira tomada pela CTNBio após a sanção presidencial da MP 327/06, que reduziu o quórum mínimo para a liberação comercial de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
A decisão da CTNBio atende a um dos maiores anseios dos produtores brasileiros, que aguardavam pela liberação há nove anos. No Rio Grande do Sul, a notícia foi recebida com otimismo. Conforme o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, a partir de agora, inicia-se uma nova fase para o agricultor. 'Ele é que saberá avaliar o plantio com a nova variedade, que deve se iniciar gradativamente.' Os produtores familiares, no entanto, mostram-se apreensivos, principalmente com a possibilidade de monopólio das novas sementes. 'A preocupação é que não haja abuso nos custos cobrados por quem detém a variedade', explica o presidente da Fetag, Elton Weber.
Conforme o presidente da CTNBio, Walter Colli, a aprovação será submetida, em duas semanas, à Comissão Nacional de Biotecnologia, formada por representantes de 11 ministérios. Se aprovada, a determinação seguirá para o Ministério da Agricultura (Mapa), responsável pelo registro da variedade e liberação da semente certificada para multiplicação e distribuição. 'A expectativa é que isso ocorra a partir de 2008', projeta a diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer.
(Correio do Povo, 17/05/2007)