Mesmo que os 200 servidores do Ibama/RS quisessem trabalhar no primeiro dia da greve do órgão no Estado, não seria possível: o prédio passou a manhã de ontem (16/5) sem luz devido à chuva que atingiu Porto Alegre. O superintendente do órgão, Fernando da Costa Marques, afirmou que 70% dos funcionários estavam trabalhando. Já o comando de greve disse que os servidores estão cumprindo liminar que obriga 50% dos funcionários a manterem os serviços. Porém, as condições de trabalho continuam precárias. O telefone é cortado freqüentemente por falta de pagamento, segundo o integrante da comissão de greve Tito de Paula. 'Quando isto ocorre, entro em contato com Brasília, que libera a verba', disse Marques, explicando os cortes ocasionais.
As novas normas, criadas a partir da divisão do Ibama, têm causado transtornos na transferência de funcionários para o Instituto Chico Mendes. O coordenador do núcleo de unidades de conservação do Ibama/RS, José Paulo Fitarelli, viu seu departamento ficar sem rumo. 'Estou lotado na Superintendência do Ibama/RS e por isso não posso trabalhar no Chico Mendes.'
'O motivo da divisão foi a negativa do Ibama de Brasília em conceder licença para construir as hidrelétricas no rio Madeira, em Rondônia', afirmou Tito de Paula. Segundo ele, as barragens inundariam três cidades, parte da BR 364 e colocariam em risco reservas indígenas e um parque. Um acordo entre a presidência do Ibama e servidores assegurou ontem o funcionamento parcial da diretoria de licenciamento. A Associação dos Servidores do Ibama do DF avisou, porém, que não fará apelo para que funcionários envolvidos em projetos como o do rio Madeira trabalhem.
(Correio do Povo, 17/05/2007)