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turismo
2007-05-17
Até pouco tempo, as águas esverdeadas das cachoeiras, as cavernas, os paredões rochosos e os cactos que adornan as pedras esculpidas de Mambaí, cidadezinha do nordeste goiano, não eram vistos como alternativa de desenvolvimento. Só parentes dos moradores, que chegavam curiosos na cidade, desbravavam um ou outro atrativo. De olho numa atividade promissora, um grupo de pessoas resolveu apostar no ecoturismo. E prometem renovar os ares do pacato município de apenas sete mil habitantes, localizado na Área de Proteção Ambiental Nascentes do Rio Vermelho.

Mambaí fica na divisa com o estado da Bahia. De Brasília são 308 km e de Goiânia, 503 km pela BR 020. O bom estado de conservação da rodovia garante uma viagem tranquila. Seus arredores contam com centenas de cavernas, muitas ainda inexploradas. Cachoeiras, cânions e veredas da Serra Geral fazem parte do cenário de paisagens exuberantes do cerrado. Nascentes e córregos formam o Rio Vermelho, que desemboca mais ao norte no rio Paranã, o principal afluente do rio Tocantins.

Apesar dos atrativos, a região ainda é pouco conhecida entre os turistas. A base econômica é a pecuária de corte e a agricultura de subsistência. O comércio e o serviço público também geram trabalho. O aventureiro que vai atrás das belas paisagens encontra pousadas e locais de camping. Mas quem chega na cidade percebe logo que ainda há muito o que ser feito.

“Sabemos que temos muito a ganhar, por isso resolvemos dar o primeiro passo ao criar um grupo de guia locais”, explica o secretário municipal de meio ambiente e turismo, Emílio Calvo. Começou-se pela formação de guias, treze deles formados num curso concluído em 2005. Eles hoje estão engajados para levar adiante o turismo de Mambaí, apesar de não poderem largar seus antigos empregos. O dentista Tiago Halt, por exemplo, tira os finais de semana para trabalhar como guia e na criação de trilhas. “Nós estamos com tanta esperança que isso pode dar certo que boa parte da estrutura que estamos construindo, como as escadarias de madeira, está saindo do nosso próprio bolso”, diz ele.

O ânimo é geral. O presidente da Associação de Condutores de Turismo (Aontur), Flávio Gusmão, é outro que divide seu tempo entre o novo trabalho e o antigo, numa loja de móveis. “Será assim até que Mambaí seja descoberta e possamos ganhar a vida como guias”, explica Gusmão. A região conta com três trilhas principais: Itaguaçu, da cachoeira do funil e a da cachoeira Véu das Noivas. A média é de 2km, com os níveis de dificuldade variando entre baixo e médio. Outras três trilhas estão sendo finalizadas para visitação.

A partir de junho uma agência de turismo de Brasília vai começar a oferecer pacotes para a região. O dono da empresa, Maurício Martins, foi a Mambaí no final de abril para fazer exploração e reconhecimento do lugar e não teve dúvidas em eleger a região como novo produto. “Queremos fazer de Mambaí um roteiro diferenciado”, diz Martins, que ficou impressionado com a gruta Tarimba, a 16ª maior cavidade catalogada do Brasil, com entre 8 e 11 quilômetros explorados. “Ela tem formações geológicas de tipos e tamanhos variados, como a flor de gipsita, espécie rara que mais parece uma agulha de cristal”.

Impacto mínimo
De acordo com Emílio Calvo, que também é espeleológo, o curso de guias prezou um bocado pela preservação do meio ambiente. “Eles estão todos orientados a fazer todos os procedimentos para que haja impacto mínimo ao ambiente natural. Sabem o que é uma Área de Proteção Ambiental, a importância de preservar as nascentes e também aprenderam a orientar o turista para que ele também seja agente de preservação”, diz. O corte de mata nativa para produção de carvão vegetal é o principal problema para a conservação no local.

A região tem sido preparada cuidadosamente para receber os turistas, que, espera-se, passarão a chegar em maior número em breve. Um trecho de “folhas petrificadas” (foto abaixo), na trilha que leva à cachoeira Véu das Noivas, por exemplo, será protegido com a construção de uma ponte suspensa (o apelido vem do curioso fato de que a água saturada de carbonato de cálcio calcifica as folhas e caules de árvores). Segundo o chefe da APA, Valdomiro Neres, o Ibama está acompanhando e incentivando a regularização do desenvolvimento do turismo dentro da APA. O escritório na unidade tem uma estrutura relativamente boa. Conta com quatro funcionários, possui auditório com 50 lugares; alojamento para 15 pessoas; dois automóveis; aparelho GPS; e acesso a internet via satélite.

Vocação turística, sim!
Outro desafio do grupo que acredita no turismo de Mambaí é melhorar a expectativa da comunidade sobre o ecoturismo. A auto-estima da população é prioridade no momento. “Estamos trabalhando para mostrar e provar que a nossa região é promissora e que a economia pode dar um salto enorme com a chegada de turistas. Já temos algumas vitórias. A dona de uma das pousadas, por exemplo, investiu em estrutura e melhorou bastante a qualidade dos serviços”, destaca o Emílio Calvo.

O pequeno agricultor Silvânio Ribeiro é outro que começou a pensar diferente. Dono da propriedade que abriga o Véu das Noivas, ele diz que acredita na nova atividade. E já colhe os frutos da aposta no ecoturismo: ganha uma porcentagem sobre o valor pago aos guias. “Antes eu nunca tinha imaginado que poderia ganhar mais um trocadinho só por deixar as pessoas entrarem no meu terreno pra ir à cachoeira”, diz.

(Por Christiane Telles, O Eco, 16/05/2007)

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