As temperaturas acima do normal registradas na China, desde meados do ano passado, estão pondo em perigo as pastagens da região de Altay, devido à invasão dos ratos que chegam em busca de sol, disseram nesta terça-feira, 15, fontes locais. "Os ratos começaram a chegar da Mongólia em maio de 2006, atraídos pelas altas temperaturas que fizeram crescer a relva. E depois continuaram chegando em massa, mesmo no inverno, que também foi ameno e com pouca neve", explicou Akder, subdiretor do Escritório de Controle de Ratos de Altay, no norte da região chinesa de Xinjiang (noroeste).
Por onde passam, disse, os ratos devoram toda a relva, o que obriga os pastores a mudar suas rotas freqüentes na busca de novos pastos. "Tomamos muitas medidas, como distribuir armadilhas entre os pastores e soltar raposas e águias para que comessem os ratos. Usamos até venenos. Mas nada funcionou", disse Akder.
A catastrófica situação levou as autoridades locais a pedir ajuda ao governo regional. "Enviaram dois helicópteros, que borrifaram venenos nas áreas mais afetadas. Até agora foi a medida mais eficaz. Em alguns pontos conseguimos matar 90% dos roedores", ressaltou a fonte. No total a praga de ratos afetou 2 milhões de hectares dos gramados de Altay. Se não for controlada, poderá causar doenças epidêmicas na população.
A temperatura média em Xinjiang no inverno esteve entre dois e quatro graus acima do normal. A camada de neve nos montes Altay diminuiu 32 centímetros, segundo dados publicados pela agência oficial, Xinhua. Segundo Akder, este é o momento mais adequado para espalhar o veneno, já que a grama acaba de crescer outra vez e os ratos não têm ainda muito o que comer. Assim, o raticida fica mais eficiente.
Ele garantiu que o veneno é distribuído com muito cuidado e em pequenas quantidades, para só afetar os ratos. O maciço de Altay é partilhado por China, Rússia, Casaquistão e Mongólia. O território chinês inclui o parque natural do lago de Kanas, que será ampliado nos próximos anos para chegar a 10.030 quilômetros quadrados, tornando-se assim um dos maiores do mundo.
(Efe, 15/05/2007)