A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) foi autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) a retomar a produção de urânio. A unidade estava inativa desde outubro do ano passado, por solicitação do Ministério Público (MP), para que fosse apurado um suposto vazamento numa das bacias de contenção de lícor de urânio, fato desmentido pelos relatórios finais dos órgãos de inspeção e referendado pelo Ibama. Com o fim da polêmica, que provocou prejuízos para a economia local e para o complexo uranífero de Caetité/Lagoa Real (BA), a diretoria da empresa espera retomar a produção do concentrado de urânio (yellow cake) em, no máximo, cinco semanas, para incrementar a exportação do produto. A autorização do Ibama foi encaminhada dia 29 de outubro último, sendo motivo de festa entre funcionários e diretores da INB, que viram a unidade ser fechada, após oito meses de atividades, para que técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e Centro de Recursos Ambientais (CRA) colhessem amostras, elaborassem relatórios e produzissem laudos para atender ao Ministério Público local, que solicitou rigorosa e exaustiva apuração. A notícia foi dada dias depois de os mesmos funcionários e diretores comemorarem a primeira partida de urânio da Bahia, para enriquecimento no Canadá - num total de 84 toneladas do produto. Por causa da paralisação, o complexo uranífero de Caetité deixou de produzir mais de 400 toneladas de urânio, resultando num prejuízo superior a R$ 12 milhões. (A Tarde-5/11)