PROJETO TENTA PRESERVAR AVES MARINHAS EM SANTA CATARINA
2001-11-06
Projeto quer evitar a mortalidade de aves marinhas na costa brasileira em conseqüência da pesca com o uso de espinhéis. A iniciativa é desenvolvida por técnicos do governo catarinense, especialistas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e da Fundação Universidade do Rio Grande (Furg), com apoio do Sindicato da Indústria da Pesca de Itajaí (Sindipi), através de parceria com o Centro de Pesquisa para a Conservação de Aves Silvestres (Cemave). De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre 1997 e 1999, pelo menos 250 mil aves foram acidentalmente fisgadas por longos cabos de aço usados para captura de peixes graúdos. O coordenador do Museu Oceanográfico do Vale do Itajaí, Jules Soto, explica que as aves são atraídas pelas lulas colocadas nos anzóis ligados aos cabos. Elas tentam roubar a isca, mas acabam sendo fisgadas, no lugar dos peixes, sendo carregadas para o fundo do mar, morrendo afogadas. Uma das alternativas é pintar as lulas de azuis para que fiquem camufladas. Outra é usar fitas grandes presas ao barco para também atrapalhar a visão das aves. O sistema, segundo o presidente do Sindipi, Giácomo Perciavalle, funciona como uma espécie de espantalho, apresentando excelentes resultados. O albatroz de sobrancelha é uma das aves ameaçadas de extinção que tem sido capturada pelos espinhéis. De acordo com Soto, a população desta espécie não ultrapassa 4 mil unidades. (Diário Catarinense-5/11)