O secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Beto Moesch, disse que a atual administração municipal, assim como a anterior, falha em não planejar o depósito para os resíduos inertes produzidos na Cidade. A declaração foi feita nesta terça-feira (15/05) durante reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre.
De acordo com o vereador Sebastião Melo (PMDB), que solicitou a reunião, a Capital produz uma média diaria de mil toneladas de demolições, que devem ser levadas para aterros. Melo lembrou que até um ano atrás, havia um aterro de inertes na zona Norte, na Rua João Paris, e outro na zona Sul, nas terras do 3º Exército. Disse ainda que, no ano passado, quando houve o fechamento do aterro da zona Norte, por esgotamento da sua capacidade, abriu-se um outro próximo ao aeroporto, que também está esgotado e fechado. “Precisamos achar uma solução para os caçambeiros que não têm onde colocar os resíduos”, ressaltou.
Moesch comunicou a existência de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, já elaborado conjuntamente com diversos órgãos da prefeitura, que, se oficializado, deverá solucionar o problema. “O plano está emperrado na burocracia do governo”, disse. Informou a existência de uma área, localizada próxima a Avenida Assis Brasil que, com a aprovação deste Plano, deverá resolver a situação. “A Câmara precisa nos ajudar nesta questão”, pediu Moesch.
O secretário salientou que o problema dos aterros é a falta de separação dos resíduos. “Consideramos inertes as caliças e areias. O resto é material orgânico que deve ser recolhido pela prefeitura e encaminhado para os aterros de orgânicos”. Ainda de acordo com o secretário, os inertes são considerados materiais nobres.
Outro problema salientado por Moesch é a falta de cultura da população que não respeita os contêineres. “Colocam todo tipo de lixo, não respeitando a legislação”. Pediu também que o Legislativo encaminhe, através da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), que parte da verba destinada à publicidade, seja direcionada para uma proposta de educação ambiental. “Se continuarmos tratando lixo como lixo, não vamos avançar nunca”, alertou Moesch.
O vice-presidente da Associação dos Transportadores de Caçambas e Similares, Ivan Pedrotti, reclamou também falta fiscalização por parte da prefeitura nas obras, além dos caçambeiros clandestinos que descarregam materiais à noite nos terrenos baldios, prejudicando o trabalho dos legalizados.
Os vereadores da Cuthab, juntamente com o presidente Elói Guimarães (PTB), decidiram agendar reunião com o prefeito José Fogaça, onde deverão pedir a agilização na aprovação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. “Precisamos mostrar a urgência do assunto e buscar uma solução imediata”, disse. Também participaram da reunião desta terça-feira os vereadores Ervino Besson (PDT), Guilherme Barbosa (PT), José Ismael Heinen (Dem), e Alceu Brasinha (PTB), além de representantes do DMLU, SMOV, PGM e Dep.
(Por Regina Andrade, Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, 15/05/2007)