Servidores do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) tentam convencer deputados a rejeitar as mudanças no órgão federal, determinadas pela Medida Provisória (MP) 366, editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A MP criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que retira do Ibama a gestão das unidades de conservação federais.
O presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama (Asibama), Jonas Corrêa, afirmou que o "esforço concentrado" dos funcionários do Ibama com os deputados e senadores é tentar "sensibilizá-los" para que rejeitem a medida provisória, que, segundo ele, prejudica as ações de gestão e fiscalização.
"Por demandar que mais de um órgão participe de ações que antes eram atribuição apenas do Ibama, a divisão levará a um aumento da burocracia necessária para os processos de licenciamento analisados pelo instituto. Esses processos, que antes passavam por oito etapas entre o Ibama e o empreendedor, passarão a ter 36 etapas", afirmou o servidor.
Para garantir a conversa com o maior número possível de parlamentares, os servidores decidiram mobilizar equipes que atuam, simultaneamente, na Câmara e no Senado. Corrêa informou que hoje (16/05) está marcado um café da manhã com a Frente Ambientalista da Câmara, no Auditório Nereu Ramos. Acrescentou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deverá comparecer ao encontro.
O presidente da Asibama afirmou que a liminar concedida pela Justiça que exige que, no mínimo, 50% dos servidores trabalhem está sendo cumprida pelos grevistas. "Os portões estão abertos, entre quem quer", comentou. Jonas Corrêa acrescentou que, mesmo com metade dos 4.600 servidores trabalhando, não há como os serviços técnicos da instituição funcionarem.
Um dos senadores visitados hoje por Corrêa foi Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA). O presidente da Asibama não soube informar quantos parlamentares já conversaram com os servidores em greve.
(Por Marcos Chagas,
Agência Brasil, 15/05/2007)