A casca de banana pode remover metais pesados da água e contribuir, assim, para a redução do efeito estufa no planeta. Microalgas ajudam a produção de gasolina menos tóxica. E a energia solar pode servir para aquecer alimentos - o fogão movido a esse tipo de energia já está em funcionamento em uma escola do Rio Grande do Norte.
Essas são algumas das descobertas vencedoras da 22ª edição do Prêmio Jovem Cientista, entregue ontem (15/05) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Pouco mais de 1,7 mil pesquisadores de todo o Brasil concorreram ao prêmio, que teve como tema central "Gestão Sustentável da Biodiversidade: Desafio do Milênio".
Criado em 1981 para valorizar e estimular o desenvolvimento da pesquisa no país, a premiação é concedida anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Eletrobrás/Procel, Grupo Gerdau e Fundação Roberto Marinho.
Foram premiados este ano nove pesquisadores em quatro categorias. A categoria graduados foi concedida a pesquisadores com menos de 40 anos de idade, cujos prêmios variam de R$ 10 mil (3º colocado), R$ 15 mil (2º colocado) e R$ 20 mil (1º colocado).
Na categoria estudante de ensino superior foram premiados com R$ 10 mil, R$ 8,5 mil e R$ 7 mil alunos de escolas técnicas e cursos superiores com idade inferior a 30 anos. Na categoria estudante de ensino médio, três alunos com até 25 anos foram contemplados com computadores e impressoras.
Por fim, foram concedidas menções honrosas e diplomas de reconhecimento a pessoas e instituições que contribuíram para o fortalecimento da produção científica brasileira em 2006.
Na cerimônia, também foi entregue o prêmio Almirante Álvaro Alberto ao professor Fernando Galembeck, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pela contribuição dos seus trabalhos à tecnologia industrial.
Instituído pela Presidência da República, junto com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o CNPq e a Fundação Conrado Wessel, a premiação é concedida anualmente e abrange, em sistema de rodízio, uma grande área do conhecimento, envolvendo ciências exatas, ciências da vida, ciências humanas e sociais.
Presente à cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, falou sobre o papel do CNPQ no desenvolvimento da ciência. "Ao longo de 56 anos, completados em 2007, o CNPQ teve uma história de ciclos positivos de alta e também ciclos de uma certa baixa".
Nesse sentido, o ministro avaliou que os últimos quatro anos foram positivos. No período, o número de bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e produtividade em pesquisa concedidas pelo órgão subiu de 45 mil para 65 mil.
Os investimentos em bolsas de estudo no país e no exterior aumentaram 56% em 2006 em relação a 2002, passando de R$ 430 milhões para cerca de R$ 671 milhões.
"A capacidade de fomentar nosso sistema de ciência e tecnologia foi recuperada parcialmente, precisa ser recuperada mais ainda".
(Por Mylena Fiori,
Agência Brasil, 15/05/2007)