O empresário colombiano Carlos Amastha, 46 anos, construtor e ex-sócio proprietário do Floripa Shopping, compareceu, ontem (14/05), pela quarta vez à Superintendência Regional da Polícia Federal (PF), em Florianópolis, para fazer denúncias relacionadas à Operação Moeda Verde.
Assim como fez na semana passada, Amastha levou documentos e falou, pessoalmente, com a delegada Julia Vergara, responsável pelas investigações do inquérito que apura um esquema de compra e venda de licenças ambientais e atos administrativos em prol de grandes empreendimentos na Capital.
Na quinta-feira (10/5), em um dos depoimentos espontâneos na PF, o empresário afirmou ter sido alvo de pedido de propina por agentes públicos na época em que construiu o Floripa Shopping, na SC-401, mas não citou nomes.
Ontem, Amastha preferiu não revelar o teor da conversa que teve na PF. Disse estar tranqüilo com o fato de levar mais denúncias, e afirmou que não teme por sua integridade.
- Estou seguro. Se alguém fizer algo contra mim, vão saber quem foi.
Segundo a PF, Amastha não está sendo investigado pela Moeda Verde. O shopping, no entanto, é citado na investigação e há suspeita de que o processo de construção tenha tido benefícios através de funcionários públicos. Amastha nega qualquer ilicitude no andamento da obra.
Juiz proíbe ocupações em Governador Celso Ramos
Na Justiça Federal, o juiz Zenildo Bodnar, responsável pelas decisões judiciais da Operação Moeda Verde, deverá entrar em férias por 30 dias a partir desta quinta-feira. A assessoria de Comunicação da Justiça Federal havia divulgado, equivocadamente, que as férias do magistrado começariam ontem.
Zenildo Bodnar será substituído, no período de férias, pelo juiz Eduardo Didonet Teixeira.
Ontem, outra medida de proteção ao meio ambiente foi determinada pelo juiz Zenildo Bodnar. Desta vez, a decisão impede novas ocupações em área de restinga e na Praia do Magalhães, no município de Governador Celso Ramos.
Estão proibidas a supressão de vegetação, retirada de areia, construções e reformas, entre outras intervenções capazes de causar impacto na Área de Preservação Ambiental de Anhatomirim.
A decisão do juiz atende pedido do Ministério Público Federal (MPF) em ação civil pública contra o município, a União e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
(Diário Catarinense, 15/05/2007)