Os veteranos que assistiram aos testes nucleares feitos há 50 anos pelo Reino Unido na ilha de Kiritimati, no Pacífico, exigem do Governo britânico uma indenização pelos danos e pelos efeitos das radiações na sua saúde. Segundo o jornal "The Times", foi descoberta "uma nova relação" entre os defeitos genéticos de alguns veteranos e sua exposição à radiação durante os testes na atmosfera.
Hoje, cerca de 150 veteranos realizam uma nova reunião para lembrar o 50º aniversário do primeiro teste bem-sucedido de uma bomba termonuclear, em 15 de maio de 1957. "Será nossa última reunião, porque sou o mais jovem e já estou com 71 anos", declarou Don Cooper. Num período de um ano, a aviação britânica lançou nove bombas termonuleares (de hidrogênio) sobre a ilha no Pacífico e a de Malden. Todas explodiram na atmosfera.
Cerca de 1.200 civis e militares estavam na ilha em 1956, quando começaram os preparativos para a operação. A última pesquisa sobre os possíveis efeitos dos testes nucleares sobre a saúde foi feita pelo professor Al Rowland, da Massey University, da Nova Zelândia. Ele chegou à conclusão de que certas alterações detectadas nos cromossomos dos veteranos podem ser atribuídas à sua participação na Operação Grapple.
O Ministério da Defesa britânico sempre negou, no entanto, qualquer relação entre as bombas e as doenças dos veteranos, que alegam a sua exposição a doses muito altas de material radioativo, em muitos casos resultando no desenvolvimento de doenças como o câncer. Mais de 700 veteranos neozelandeses, britânicos e fijianos, representados por um escritório de advocacia, reivindicam indenizações ao Governo britânico.
(EFE, 14/05/2007)