Carlos Gomes lembra que o argumento de que o papel reciclado é mais caro que o comum é um contra-senso. "É mais caro justamente pelo pouco uso. Se usado em larga escala teria seu custo barateado e ofereceria maior proteção ao meio ambiente", argumenta.
A agrônoma Carla Villanova, do Núcleo Amigos da Terra, considera importante a proposta do deputado. Explica que na produção do papel branqueado são usados diversos produtos clorados que são altamente tóxicos e poluentes.
Outra questão apontada pela agrônoma é a de que paralelamente ao aumento do uso do papel reciclado, haverá a diminuição do plantio de árvores como o eucalipto e o pinus que, segundo ela, são agressivas ao meio ambiente. São necessárias três toneladas de árvores para produzir uma tonelada de papel.
Ela cita que o consumo anual finlandês fica em torno de 400 quilos de papel branqueado por pessoa. No Brasil são 39 quilos por pessoa. Números considerados baixos por termos incrementado a reciclagem.
Para Carla Villanova, medidas como essa, apresentada pelo deputado, evitam o desperdício e contribuem para manter o índice de consumo do papel clorado em patamares baixos ou até mesmo menores que os atuais.
Papel Ecológico - produzido sem processo de branqueamento, não polui o meio ambiente com rejeitos químicos do processo produtivo. Apresenta baixo índice de resíduos químicos. Preserva a substância natural "lignina" que tem como característica a reação antibactericida e antifungicida.
Obs: a lignina é uma substância natural que confere a cor marrom ao papel.
Papel reciclado - papel composto por aparas pós-consumo de papel. Há diferentes níveis de reciclagem (no papel reciclado também é utilizada fibra virgem). O que interessa saber nesse caso é se as fibras virgens vão sofrer branqueamento ou não. Por isso um papel reciclado nem sempre é ecológico.
Economia – O custo do papel reciclado em relação ao papel tradicional é menor. Reduz o consumo de toner para impressões e cópias.
Para a fabricação de um papel branco, a celulose passa por um processo de branqueamento, à base de cloro. Atualmente as empresas utilizam-se do Peróxido de Hidrogênio que, mesmo em menor escala, ainda é um processo poluente. A indústria do papel é a que mais gasta água para fazer uma tonelada do produto.
(Por Rejane Silva, Agência de Notícias AL-RS, 14/05/2007)