(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
eficiência energética
2007-05-15

O mundo avança para o uso universal de lâmpadas elétricas de baixo consumo. Isso constituiria um ponto de inflexão na luta contra o aquecimento do planeta, pois a atmosfera se livraria de grande quantidade de gases causadores do efeito estufa. A Austrália anunciou no dia 20 de fevereiro a eliminação gradual das lâmpadas de alto consumo (as incandescentes), que deixarão de ser vendidas em 2010. Assim, no mercado somente serão encontradas as de baixo consumo (fluorescentes), que gastam quatro vezes menos eletricidade.

Se o restante do mundo se unisse à Austrália, a redução mundial do uso de eletricidade permitiria o fechamento de mais de 270 centrais alimentadas a carvão, 80 delas apenas nos Estados Unidos. No dia 25 de abril, somente dois meses depois do anúncio da Austrália, o governo canadense anunciou que eliminaria as lâmpadas de alto consumo até 2012. Os Estados Unidos, que liberam na atmosfera a quarta parte dos gases que causam o efeito estufa do planeta, também caminha nessa direção.

Organizações como o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, a Aliança para Economizar Energia, a Coalizão Norte-americana para uma Economia Energética Eficiente e a Rede Dia da Terra uniram-se em março à companhia de iluminação Philips Lighting para apresentar uma iniciativa nesse sentido. Segundo a proposta, até 2016 haverá lâmpadas eficientes em todos os quatro mil postes que, segundo se estima, existem no país. Na Califórnia, o Estado mais populoso, o legislador Lloyd Levine propõe a eliminação paulatina das lâmpadas de alto consumo do mercado até 2012, quatro anos antes do prazo estabelecido pela coalizão. Levine deu ao seu projeto o nome de “Lei quantos legisladores são necessários para trocar uma lâmpada elétrica”.

Na costa leste norte-americana, Nova Jersey está prestes a obrigar os edifícios do governo estadual a substituir todas as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes até 2010. E estão em curso esforços para impor em todo o Estado uma iluminação mais eficiente. A União Européia, agora formada por 27 países, anunciou em março planos no sentido de reduzir em 20% as emissões de dióxido de carbono até 2020. Parte dessa redução se conseguirá substituindo as lâmpadas.

Na Grã-Bretanha, a organização não-governamental Ban the Bulb (Proibir as lâmpadas) pressiona desde o início do ano passado para que se chegue a esse objetivo. Por sua vez, Moscou pede aos seus habitantes que façam a troca urgentemente. E, na Nova Zelândia, o ministro da Mudança Climática, David Parker, anunciou que seu país pode adotar medidas semelhantes às australianas. A organização ambientalista Greenpeace Internacional, pediu, no mês passado, urgência ao governo da Índia para que proíba as lâmpadas de alto consumo.

Aproximadamente, 640 milhões dos 650 milhões de lâmpadas vendidas anualmente nesse país asiático são incandescentes. Portanto, o potencial dessa medida, quanto à redução de emissões contaminantes e à economia, é enorme. No âmbito industrial, a Philips, maior fabricante mundial de lâmpadas, anunciou seus planos para deixar de comercializar as incandescentes na Europa e nos Estados Unidos até 2016. Em um nível mais amplo, a Federação Européia de Companhias de Lâmpadas, que reúne fabricantes do setor, impulsiona melhorias na eficiência elétrica da União Européia, entre elas o fim das lâmpadas de alto consumo.

A maior rede de supermercados do mundo, Wal-Mart, anunciou em novembro passado uma campanha publicitária para duplicar sua venda de lâmpadas de baixo consumo, de modo a alcançar os cem milhões até o final deste ano. Na Grã-Bretanha, a Currys, maior cadeia de venda de eletrodomésticos do país, anunciou que deixará de vender lâmpadas de alto consumo. A economia que representa para uma família a adoção das lâmpadas fluorescentes evidencia a eficiência energética superior deste produto.

O equivalente em gasolina da energia economizada ao longo da vida útil de uma lâmpada de baixo consumo de 24 watts é suficiente para que um automóvel híbrido Prius (que funcionar a gás e eletricidade) viaje de Nova York a São Francisco, segundo um estudo divulgado pelo governo dos Estados Unidos. Embora a paulatina erradicação mundial das lâmpadas de alto consumo nas residências represente economia superior a 3% no uso de eletricidade, mudar para uma iluminação mais eficiente nas ruas e substituir antigos tubos fluorescentes por outros mais novos e eficientes poderia duplicar essa redução.

Embora as muito eficientes lâmpadas compactas fluorescentes sejam usadas há uma geração, até pouco tempo atrás eram marginalizadas, utilizadas comente por consumidores com consciência ambiental. Eram vendidas em lojas de ferragens, e não em supermercados. Faltava interesse aos consumidores, entre outras razões porque as novas lâmpadas fluorescentes podem custar cinco vezes mais do que a incandescente. Poucos sabem, agora, que as modernas gastam quatro vezes menos eletricidade do que as antigas, duram 10 vezes mais e economizam facilmente o equivalente a US$ 50 cada uma durante sua vida útil.

Uma desvantagem das lâmpadas fluorescentes compactas é que cada uma contém pequena quantidade de mercúrio, cerca de cinco vezes menos do que uma bateria de relógio. Mas esse mercúrio representa apenas uma fração do que é liberado na atmosfera pelo carvão adicional queimado pelas centrais elétricas para fazer uma lâmpada incandescente funcionar. O mercúrio emitido pelas centrais movidas a carvão constitui a razão principal para que 44 dos 50 Estados norte-americanos limitassem o consumo de pescado de lagos e vias fluviais.

Porém, as lâmpadas fluorescentes compactas usadas, baterias de relógio e outros elementos que contêm mercúrio podem ser reciclados de maneira adequada se os consumidores aprenderem como. Felizmente, isto é possível, enquanto o mercúrio lançado pelas chaminés de carvão cobre as áreas rurais e acaba contaminando água e alimentos. Passar a usar lâmpadas de baixo consumo reduz drasticamente a conta mensal de energia elétrica e também a emissão de dióxido de carbono, já que, durante sua vida útil, cada lâmpada padrão desse tipo (de 13 watts) reduz em mais de 95 quilos o uso de carvão.

Semelhante mudança também reduzirá substancialmente a contaminação do ar, preocupante em economias de rápido crescimento e ar sujo, como China e Índia. Nos Estados Unidos, o site http://18seconds.org (cujo nome se deve aos 18 segundos que demora para trocar uma lâmpada elétrica) fornece uma contagem das lâmpadas de baixo consumo vendidas em todo o país desde 1º de janeiro. Em maio totalizavam quase 37 milhões. Isso permitiu uma redução das emissões de carvão equivalente a deixar nas garagens 260 mil automóveis. Patrocinado pelo Yahoo e Neilson, o site também fornece dados sobre a economia em dólares e em carvão, bem como informação sobre a situação de cada Estado.

Em um mundo onde a cada dia se enfrenta novas evidencias do aquecimento do planeta e suas conseqüências, é necessária uma vitória rápida na luta para reduzir as emissões de carbono e estabilizar o clima. A rápida erradicação das lâmpadas elétricas de alto consumo pode ser essa vitória. (IPS/Envolverde)
(Por Análise de Lester R. Brown, IPS, 14/05/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -