Mais um passo importante para a despoluição do Arroio Tega foi dado no final de semana (12 e 13/5). O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e a prefeitura assinaram sábado a ordem de início da primeira etapa das obras de implantação da Rede Interceptora de Esgoto do Tega, integrante do Plano Diretor de Esgotos, que prevê o tratamento de 100% dos resíduos da cidade.
Essa rede será formada por um conjunto de tubulações com um metro de diâmetro, instaladas ao longo do leito do arroio. Elas servirão para recolher o esgoto antes que ele caia na água e conduzi-lo até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Tega, em construção no Travessão Thompson Flores, próximo ao Viaduto da RST-453 (Rota do Sol) conhecido como Ponte Seca, no bairro Mattioda.
A canalização terá aproximadamente sete quilômetros de extensão. Ela começará na Rua Princesa Isabel, no bairro Santa Catarina, passando pela Casa de Pedra e seguindo para os trechos que compreendem os loteamentos Vale Verde, Reolon e Mattioda, até a ETE Tega.
Somadas, a ETE e a rede interceptora devem custar ao município R$ 16 milhões e deverão estar prontas até a metade do ano que vem. Pelo menos 100 mil pessoas devem ser atingidas com a conclusão dessa fase.
A segunda etapa de construção da rede interceptora começa a ser realizada ainda este ano. Também mede sete quilômetros, mas deve levar dois anos para ser implantada, porque é mais complexa. A obra abrange o trecho do Tega que passa pela cidade e está sob ruas, casas e prédios. Quando as duas etapas estiverem cumpridas, cerca de 40% de todos os resíduos da cidade estarão passando por tratamento antes de ser lançados na água.
Previsão de 10 anos
A previsão do diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, é de que levará 10 anos para o arroio mais poluído do município ficar totalmente limpo. - Depois de evitar que nova carga orgânica seja lançada, será preciso recuperar o arroio, ou seja, retirar tudo o que ao longo dos anos foi colocado lá dentro. E isso leva um pouco mais de tempo - explica.
A primeira etapa
O projeto dessa primeira fase do Arroio Tega foi desenvolvido com base no Plano Diretor de Esgotamento Sanitário de Caxias do Sul (PDES).
Ele prevê a implantação de uma tubulação interceptora de esgotos ao longo do Arroio Tega e a construção de uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).
A ETE foi projetada em quatro módulos iguais. A primeira etapa do projeto prevê a implantação de sete quilômetros de rede interceptora e a construção de dois módulos para atender a vazão. A segunda e terceira etapas poderão ser unidas com a construção dos dois módulos restantes.
O investimento da primeira etapa é de cerca de R$ 16 milhões - sendo R$ 6 milhões de financiamento do BNDES, por meio do Banrisul, e R$ 10 milhões de recursos do Samae.
O projeto
- O Plano Diretor de Esgotos começou a ser elaborado pela prefeitura em 2000 e foi aprovado pela Câmara de Vereadores em 2002. É o projeto de tratamento de resíduos mais completo e mais caro feito no município porque prevê a despoluição de todos os arroios que cortam a cidade e o tratamento de 100% dos esgotos.
- O custo total está avaliado atualmente em aproximadamente R$ 120 milhões. E, se as obras continuarem no ritmo em que estão, devem estar totalmente concluídas até o final de 2010.
- A primeira etapa da execução do plano de tratamento prevê o início do saneamento de dois arroios: o Tega, do bairro Mattioda até o bairro Santa Catarina, e o Maestra, na região do bairro Santa Fé.
- Nessa fase devem ser construídas estações de tratamentos de esgoto (ETEs) sob a Ponte Seca da RST-453 (Rota do Sol) e no bairro Cânyon - ambas em andamento. Também serão feitas as primeiras redes que levarão o esgoto até as estações.
A obra
- Serão construídas sete ETEs e ampliada uma oitava. Paralelamente serão instalados tubos para recolher o esgoto e conduzi-lo ao tratamento. Serão estações: ETE Maestra (previsão de término em outubro), ETE Maestra (previsão de término em outubro), ETE Ana Rech (previsão de término em dezembro), ETE Tega (previsão de término na metade de 2008), ETE Samuara (em projeto), ETE Pena Branca (em projeto), ETE Belo (em projeto), ETE Pinhal (em projeto) e ETE Serrano (já existia e está em fase de ampliação)
- Para levar o esgoto até as ETEs, será construída uma canalização paralela aos arroios. Os canos irão acompanhar o leito das águas e recolherão os resíduos lançados pelas casas e empresas antes que eles tenham contato com a água
- Só então a água, limpa, será lançada nos arroios
O custo
- A obra está orçada em aproximadamente R$ 120 milhões.
- Desse total, R$ 73 milhões devem vir do Ministério das Cidades, por meio do programa Saneamento Para Todos
- R$ 6 milhões serão de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
- R$ 2 milhões serão financiados pela Caixa Econômica Federal
- A prefeitura deve entrar com os outros R$ 39 milhões
Até agora, foram investidos R$ 8 milhões nas obras
Fonte: Samae
(Por Graziela Andreatta, Jornal Pioneiro, 14/05/2007)