A ONU destacou neste domingo (13/05) no Cairo a contribuição "extraordinária" do mundo árabe no cumprimento do Protocolo de Montreal, que tem como objetivo a redução das emissões de substâncias prejudiciais à camada de ozônio.
O secretário-executivo do Departamento de Ozônio do Pnuma - Programa do Meio Ambiente da ONU, Marco González, anunciou que os países do mundo árabe reduziram o consumo de PAO - Potencial de Esgotamento da Camada de Ozônio de 35 mil toneladas anuais para 10 mil em dez anos. Em um seminário do Pnuma para analisar os 20 anos de vigência do Protocolo, assinado por 190 países, González classificou a redução observada nos países árabes como "extraordinária" e agradeceu o compromisso dos Governos da região em atingir a meta.
"Entre tantas notícias negativas, tenho que comunicar o sucesso da cooperação internacional representado pelo Protocolo de Montreal e dizer à população que os esforços no combate aos problemas ambientais dão resultados", acrescentou. O dirigente também acrescentou que o acordo de Montreal promoverá uma redução do uso de clorofluorcarbonos (CFC) entre cinco e seis vezes maior que o Protocolo de Kyoto, caso este último seja aplicado totalmente.
O Protocolo de Kyoto, assinado por 125 países em 1997, foi o primeiro a estipular limites para as emissões de gases causadores do efeito estufa nos países industrializados. Mustafa Tolba, ex-diretor-executivo do Pnuma afirmou que "o Protocolo de Montreal é a única experiência bem-sucedida de cooperação internacional sobre o Meio Ambiente".
Mas nem tudo foram elogios: Najib Saab, diretor da revista libanesa "Environment and Development" (Ambiente e Desenvolvimento), que também participou das sessões, disse que os países árabes "destinam apenas 0,2% do PIB à pesquisa sobre o meio ambiente". Saab criticou "a falta de sensibilidade e consciência do mundo árabe em relação às questões ambientais".
(Efe, 13/05/2007)