“Por aqui, ninguém nunca ouviu falar dessa técnica. Não tem um fazendeiro que conheça. Roçada, a gente faz é com foice e motosserra, depois põe fogo e planta capim”, assegura Aderval Bento, presidente da Associação dos Proprietários Rurais – Pesquisa Rio Preto, que atua na região de Juína (MT).
Segundo ele, a alegação de teria havido o uso de desfolhantes químicos seria apenas uma das muitas inverdades atribuídas aos fazendeiros da região pelo Ibama. “Muita coisa errada foi feita nesta operação. A grande maioria dos autos de infração será questionada na Justiça”.
Bento garante que as irregularidades detectadas compõem um passivo ambiental que já vem sendo alvo de discussão com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). “Estávamos discutindo formas de zerar este passivo, quando o Ibama aparece de repente a distribuir multas sem nenhum critério”.
Sobre a reivindicação dos índios, o dirigente chegou a se exaltar durante a entrevista, ao lembrar que os produtores rurais estão na região há pelo menos 30 anos. “Antes de nós, quem vivia aqui eram os seringueiros. E os índios já têm mais de 700 mil hectares de terras, porque motivo necessitam das nossas?”.
(Por Rodrigo Vargas, Diário de Cuiabá, 13/05/2007)