A implantação da Usina Hidrelétrica Campos Novos no rio Canoas, entre Campos Novos e Celso Ramos, representou um forte incremento para a economia do Oeste catarinense. Diversas obras e ações foram efetivadas na região pela Enercan - Campos Novos Energia S/A, empresa que tem como acionistas a CEEE, o Grupo Votorantim e a CPFL Energia. Somente na implantação e pavimentação de 20,3 quilômetros da rodovia que liga os dois municípios foram aplicados R$ 15 milhões. 'Foi uma das obras mais marcantes de infra-estrutura, pois conta com uma passagem sobre a barragem da usina', explica o diretor-superintendente da Enercan, Enio Emilio Schneider.
O asfaltamento de 4,4 quilômetros da SC 455, entre Abdon Batista e a localidade de Bom Jesus, foi outra significativa obra. Além disso, mais de 50 quilômetros de rodovias foram construídas em outros pontos da região, totalizando investimento de R$ 10 milhões. Houve ainda a aplicação de outros R$ 11 milhões em iniciativas nas áreas de educação, saúde e segurança pública.
'Esperamos colaborar ainda mais para o crescimento das comunidades atingidas pela usina', sintetiza. O megaempreendimento, que atrai a atenção de moradores e turistas, é a 'menina dos olhos' dos prefeitos de quatro municípios catarinenses: Campos Novos, Celso Ramos, Anita Garibaldi e Abdon Batista.
Não à toa. Por conta da compensação financeira (royalties) decorrente da implantação da barragem, a Enercan vai ratear, em média, R$ 5,4 milhões por ano entre as quatro cidades. Outros R$ 6,6 milhões serão dividos entre Estado (45%) e União (10%). É justamente 1% desses 55% restantes que o prefeito de Ponte Alta, Luiz Paulo Farias, está pleiteando, embora seu município esteja a uma distância de 110 quilômetros da barragem. 'O rio Canoas banha minha cidade. Em função disso, interpreto que também temos direito aos royalties', justifica Farias. O prefeito pretendia apresentar o pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao governador Luiz Henrique. Se conseguir credenciar Ponte Alta ao recebimento do repasse, ele aplicará a verba em medidas ambientais de preservação da mata ciliar. Os demais prefeitos definem a solicitação como absurda. De acordo com eles, caso o pleito seja acatado, os recursos não devem sair das fatias da União e do Estado, mas dos 45% que correspondem à parte das prefeituras já beneficiadas.
(Por Luciamem Winck, Correio do Povo, 13/05/2007)