O resumo preliminar da reunião sobre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) que se encerrou na sexta-feira (11/05), chamou o programa atômico iraniano de uma grave preocupação para o empenho pela sustentação do TNP.
A referência crítica ao Irã levanta a possibilidade de o governo iraniano tentar bloquear o consenso entre os 130 países reunidos, necessário para anexar o resumo ao relatório final que determinará as decisões processuais e os trabalhos submetidos à reunião.
"Manifestou-se séria preocupação com o programa nuclear do Irã e o país foi fortemente instado a cumprir todas as exigências (em resoluções do Conselho de Segurança da ONU e da Agência Internacional de Energia Atômica, que exigem a interrupção do enriquecimento) sem mais demora", afirmou o resumo, redigido pelo Japão, que preside a reunião.
"De sua parte, o Irã indicou sua disposição, desde que seja concretizado o não-envolvimento do Conselho de Segurança, para solucionar as questões dentro das diretrizes da Agência ."
Um outro parágrafo do resumo afirma que os delegados observaram que "uma solução para a questão iraniana contribuiria para o objetivo de estabelecer uma zona do Oriente Médio livre de armas nucleares, assim como de outras armas de destruição em massa".
O Irã já foi submetido a duas séries de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU por se recusar a interromper o enriquecimento de urânio, processo que os países ocidentais temem que possa ser usado para produzir armas atômicas. A República Islâmica alega que só quer gerar eletricidade.
O Irã tem instaladas mais de 1.600 centrífugas de enriquecimento de urânio em sua planta subterrânea de Natanz, afirmam diplomatas. Uma fonte disse que a maioria das cascatas de centrífugas está sendo alimentada com gás de urânio, mas elas funcionam devagar demais, o que evidenciaria problemas de controle de qualidade no programa.
A posição desafiadora do Irã aumenta a probabilidade de que o relatório dos inspetores da ONU, que tem de ser entregue no dia 23 de maio, seja negativo, o que pode deflagrar uma terceira resolução com sanções por parte do Conselho de Segurança.
Israel não participa do TNP e acredita-se que o país possua um forte arsenal nuclear, embora ele adote uma postura de ambigüidade, sem negar nem confirmar sua existência.
(Agência Estado online, com informações da Reuters, 11/05/2007)