Enfrentando críticas duras de um comitê do Congresso norte-americano, a Universidade Purdue concordou em agregar pelo menos um especialista independente à mais recente comissão de inquérito que apura o trabalho de um cientista que diz ter obtido fusão nuclear em condições de laboratório.
A fusão, mesmo processo que alimenta o Sol, atualmente só é obtida na explosão de armas nucleares ou em complexos reatores experimentais, que custam bilhões de dólares.
A nova investigação, anunciada na quinta-feira (10/05), surge três meses depois de uma investigação interna de Purdue não ter encontrado evidências de que Rusi Taleyarkhan, professor de engenharia nuclear, tenha cometido desvios de ética científica.
Um investigação anterior havia analisado, apenas, se Taleyarkhan agiu indevidamente al não aparecer como co-autor de dois estudos apresentados como confirmações independentes de suas descobertas sobre fusão. O novo inquérito avalia diretamente a possibilidade de fraude.
O porta-voz de Purdue, Joseph L. Bennett, disse, na sexta-feira (11/05), que a universidade avaliará as novas alegações em torno da chamada sonofusão, que surgiram após os resultados que inocentaram Taleyarkhan, apresentados em fevereiro.
Taleyarkhan, que se tornou professor de Purdue no final de 2003, alegava, em pesquisa publicada em 2002, que tinha obtido fusão nuclear num experimento simples, realizado sobre a bancada de um laboratório.
Desde então, outros pesquisadores vêm tentando, sem sucesso, reproduzir esses resultados.
Diversos especialistas em energia nuclear já acusaram o trabalho de ser fraudulento. Taleyarkhan defende a alegação de que obteve fusão.
O artigo original de Taleyarkhan, publicado na revista Science, afirma que a fusão foi obtida ao se provocar o colapso de bolhas dentro de um solvente, com o uso de ondas de ultra-som.
(Agência Estado online, 12/05/2007)