Uma redução de 50% sobre a atual taxa de desmatamento tropical no mundo até o início do próximo século representaria uma redução de até 12% no volume total de emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa fixado para 2100, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
O ritmo atual de desmatamento das zonas tropicais implica uma concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera de mais de 1,5 bilhão de toneladas ao ano, que de outro modo teriam sido absorvidas pelas árvores cortadas, contribuindo consideravelmente para o aquecimento do planeta, destaca o relatório publicado pela revista americana "Science".
A redução do desmatamento tropical permitiria retirar da atmosfera até 500 milhões de toneladas de CO2 por ano, explicou Christopher Field, responsável de Pesquisas Ecológicas da instituição privada americana Carnegie. Este volume pode ser crucial para se atingir o objetivo de redução de CO2 para 2100 estabelecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da ONU.
O relatório admite que reduzir o desmatamento nas zonas tropicais nos países em desenvolvimento é uma tarefa complexa. Tradicionalmente, vários países consideram suas florestas um recurso econômico do qual podem dispor livremente. Para rebater este argumento, as soluções propostas consistem sobretudo em incentivos financeiros diretos para dissuadir o desmatamento e estabelecer planos de gestão florestal.
(Estado de Minas/AFP, 10/05/2007)