Seis dos 22 investigados pela Operação Moeda Verde da Polícia Federal por suspeita de corrupção na área de liberação de autorizações e licenças ambientais em Florianópolis tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça.
O grupo que terá a movimentação bancária confrontada com salários e declarações de renda era ligado ou já trabalhou em órgãos municipais e estaduais que expedem alvará ou autorizam ocupação do solo na capital catarinense.
Escutas telefônicas da PF e declarações dos demais interrogados levantam suspeitas de que os seis receberam propina para autorizar ou interceder a favor de obras em áreas pertencentes à União ou de preservação permanente.
São eles: os vereadores de Florianópolis Juarez Silveira (sem partido) e Marcílio Ávila (PMDB, licenciado para presidir a empresa estadual de turismo), o secretário afastado de Urbanismo da cidade, Renato Joceli de Souza, cunhado de Silveira, os funcionários da área ambiental da prefeitura Francisco Rzatki e Marcelo Nascimento, e o ex-diretor da Fatma (agência ambiental do Estado) André Luiz Dadam.
Silveira, Souza, Dadam e Rubens Bazzo, diretor afastado da Secretaria de Urbanismo, são os únicos que permanecem na prisão.
Na quinta-feira da semana passada, a Operação Moeda Verde prendeu 19 dos 22 com mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal. No grupo estavam nove empresários. Todos devem ser indiciados, segundo a PF.
Presidente da Câmara quando da mudança do Plano Diretor da cidade que permitiu a construção de shoppings, Marcílio Ávila disse que apóia a investigação dos vereadores e que não teme quebra dos sigilos. Os advogados dos demais não comentaram a decisão do juiz.
CPIDepois de tentativas de obstrução da instalação pela base do prefeito Dário Berger (PSDB), a Câmara de Florianópolis aprovou na noite de ontem a abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar a participação de dois vereadores no suposto esquema investigado pela PF. A comissão deve começar a funcionar na segunda-feira.
(Por Mari Tortato,
Agência Folha, 10/05/2007)