As pressões do PSDB, partido da governadora Yeda Crusius, para garantir a manutenção de José Carlos Breda no comando da Secretaria do Meio Ambiente fracassaram. O partido foi informado ontem (10/5) que o cargo não deverá ficar com os tucanos. Breda assumiu a pasta interinamente, após o pedido de demissão de Vera Callegaro. Como a indicação do procurador de Justiça Carlos Otaviano Brenner de Moraes para o posto tem perdido força, a permanência de Breda, de forma definitiva, tornou-se uma das principais reivindicações do partido. Desde o início da gestão, os tucanos reclamam ampliação do espaço ocupado.
Mesmo correndo risco de entrar em choque com seu partido, Yeda deverá optar por compensar o PMDB. Lideranças peemedebistas foram sondadas para assumir o cargo. Assessores de Yeda afirmaram ontem que a estratégia seria reconhecimento à defesa do governo que tem sido feita de forma eficaz pela bancada peemedebista na Assembléia Legislativa. Na quinta-feira passada, um dia antes de Vera anunciar a sua saída, parlamentares entregaram a Yeda, em encontro no Palácio Piratini, estudo elaborado pelo partido apontando sugestões e formas de auxiliar na solução da crise que atingiu o setor. O interesse do PMDB em colaborar com a resolução da polêmica do zoneamento ambiental, que atingiu o Executivo, também teria contado pontos a favor do partido e pesado na avaliação da governadora.
Com a decisão de Yeda, o PSDB se empenha agora para garantir o comando da Fepam. Inviabilizados para permanecer no Meio Ambiente, a alternativa dos tucanos será indicar Breda para presidência da fundação. A presidente estadual do PSDB, deputada Zilá Breintenbach, afirmou que, apesar da perda na área do Meio Ambiente, seu partido não desistirá de reivindicar participação mais expressiva nas administrações direta e indireta. Segundo Zilá, os tucanos pretendem disputar com os outros partidos aliados todos os espaços ainda vagos na gestão. A mesma regra, destacou a dirigente, valerá para eventuais substituições necessárias no Secretariado, diretorias e mesmo no segundo escalão do Executivo.
A governadora, que está em viagem a São Paulo acompanhando a visita do papa Bento XVI ao país, deverá anunciar os novos ocupantes das secretarias de Meio Ambiente e das Obras Públicas somente na semana que vem. Yeda aguarda ainda, para definir o novo desenho do Secretariado, a decisão de Coffy Rodrigues, do PDT, que poderá deixar o partido para ingressar no PSDB e assumir a pasta das Obras Públicas.
(Correio do Povo, 11/05/2007)