O convalescente presidente de Cuba, Fidel Castro, divulgou na quarta-feira (09/05)seu sexto artigo, no qual garante que os defensores dos biocombustíveis assim o fazem por "interesse material", "ignorância", ou "indiferença". "De quanto tempo precisará minha pobre pena para refutar os defensores da idéia sinistra por interesse material, por ignorância, por indiferença, ou, às vezes, pelas três coisas ao mesmo tempo, e divulgar os sólidos e honestos argumentos dos que lutam pela vida da espécie?", de acordo com o material antecipado à impresa.

Em seu artigo que será publicado nesta quinta-feira, Fidel se refere a um texto que lhe foi enviado pelo esquerdista Atilio Borón, ex-diretor do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), escrito para o VI Encontro Hemisférico de Luta contra os Tratados de Livre Comércio realizado em Havana.

"Um número crescente de opiniões surge todos os dias, por todos os meios e em todas as partes do mundo, desde instituições como as Nações Unidas até as sociedades nacionais de cientistas. Vejo simplesmente que se intensifica o debate. O fato de se discutir o tema já é um importante progresso", comentou Fidel.

O líder cubano destaca que Borón considera que "a proposta dos biocombustíveis é inviável e, além disso, inaceitável ética e politicamente". Em 1º de maio passado, Castro defendeu na imprensa cubana que era preciso fazer uma "revolução energética", mas criticou o plano desenvolvido por Brasil e Estados Unidos para produzir etanol.

"O que precisamos é de uma revolução energética", afirmou Fidel, referindo-se ao plano firmado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush. "Nada me anima contra o Brasil (...) mas ficar quieto diante do plano de biocombustíveis seria, para mim, optar entre a idéia de uma tragédia mundial e um suposto benefício para o povo desta grande Nação".

(AFP, 10/05/2007)