O grupo ecologista Greenpeace questionou nesta quarta-feira (9/05) as supostas propriedades ambientais dos biocombustíveis. A ONG também previu que a expansão das áreas de cultivo da soja e do milho para produzir os combustíveis alternativos provocará "destruição em massa" das florestas da Argentina.
A organização assinalou em um relatório que as crescentes expectativas globais sobre o uso de biocombustíveis implicarão uma "nova pressão para expandir as atividades agrícolas sobre ecossistemas naturais, provocando uma destruição em massa das florestas nativas no norte da Argentina". Por essa razão, o Greenpeace pediu a aprovação de uma lei de proteção de florestas que ainda deve ser debatida pelo Senado argentino.
"Os projetos que hoje existem para fabricar biodiesel já totalizam mais de 7 milhões de hectares de soja, cerca da metade da superfície ocupada hoje", explicou Juan Carlos Villalonga, diretor de campanhas do Greenpeace Argentina. No relatório, a organização assegura que as vantagens de utilizar soja e milho para produzir combustíveis são "duvidosas".
A ONG pediu o estabelecimento de critérios para medir se os biocombustíveis reduzem à metade a emissão de gases do efeito estufa. Outro dos aspectos abordados no relatório é o possível impacto nos preços dos alimentos, resultado da alta do preço do petróleo e da maior demanda de biocombustíveis. Segundo previu o Greenpeace, o vertiginoso aumento na produção de biocombustíveis elevará os preços do milho em 20% para 2010, e em 41% para 2020.
(Efe/ Terra, 09/05/2007)