A situação é dramática na cidade de Durazno, localizada a 180 quilômetros ao norte de Montevidéu. Milhares de pessoas tiveram que ser evacuadas e o fornecimento de água precisou ser interrompido devido à enchente que atingiu o local. Somente na quarta-feira (09/05) as águas do rio que circunda a cidade começavam lentamente a baixar. "Hoje foi um bom dia para Durazno", disse o intendente Carmelo Vidalín, informando também que "o avanço das águas do rio Yí foi contido, permanecendo na marca de 12,6 metros", mesma altura registrada na tarde de terça-feira.
A cidade de 30 mil habitantes teve 5.517 pessoas evacuadas, mas o número supera os 6 mil se incluídas as famílias que deixaram suas casas por conta própria antes da ação da defesa civil. Vidalín afirmou que a "situação se encaminha para uma melhora", mas advertiu sobre um retorno precipitado às moradias evacuadas uma vez que as águas comecem a baixar. Disse ainda que o Comitê de Emergência já trabalha na operação de retorno das famílias, que por precaução será "lento, gradual e controlado".
Caminhões-pipa trazem água potável para os habitantes da cidade. A rede de ensino suspendeu as aulas até que o sistema seja restabelecido. Mesmo assim, a distribuição de água tem sido afetada por causa das constantes quedas de energia, impedindo que o funcionamento das bombas para o abastecimento dos caminhões-pipa.
As autoridades alertaram também sobre as doenças que se proliferam com facilidade nas enchentes. O rio Yí superou a marca registrada durante a inundação de 1959, que deixou várias cidades uruguaias debaixo d'água e é até hoje considerada uma das piores catástrofes da história do país.
(AFP, 09/05/2007)