A Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar) e a Prefeitura Municipal/Secretaria Municipal da Pesca apresentaram, ontem (9/5), o primeiro bote, embarcação tradicional da região, construído em fibra de vidro. Sua construção faz parte de um projeto criado devido ao elevado e crescente custo da madeira, dificultando a obtenção desse material para realização de barcos e à presença da "broca" nas águas do estuário da Lagoa dos Patos. A broca é um animal marinho, do grupo dos moluscos, que perfura a madeira.
A preocupação com a questão ambiental foi outro motivo para o projeto. Conforme o oceanólogo Lauro Barcellos, autor do projeto, trata-se de um barco ecológico, porque não utiliza madeira, de fácil manutenção e que não é agredido por brocas. A madeira foi substituída por um material resistente, de fácil manuseio e obtenção e, principalmente, com baixo custo de manutenção. Conforme os envolvidos no projeto, a proposta foi desenvolver uma alternativa viável e de baixo custo para a comunidade do Rio Grande, que trabalha utilizando embarcações no estuário.
Essa primeira unidade recebeu o nome de "Marambaia", lembrando a localidade (Marambaia, na Ilha dos Marinheiros) onde a construção de botes foi iniciada, em 1930. Sua apresentação foi acompanhada por representantes do CCMar, da Prefeitura Municipal e do Banco do Brasil. Barcellos relatou que a partir de agora, o bote de fibra de vidro, que tem custo de R$ 8,8 mil, será produzido conforme a necessidade da comunidade pesqueira do Rio Grande. Essa primeira unidade foi construída no Museu Oceanográfico. As próximas construções serão agenciadas pela Secretaria Municipal da Pesca.
Jornal Agora, 10/05/2007)