Depois de um ano sem autorização para abate de animais como o marrecão e a pomba-de-bando no Estado, a temporada de caça de 2007 deve começar no dia 25. A data oficial só será divulgada em alguns dias, com a publicação de uma portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O período da temporada foi proposto pela Fundação Zoobotânica (FZB), que apresentou ontem (9/5) em audiência pública o Relatório Final do Programa de Pesquisa e Monitoramento de Fauna Cenegética do Rio Grande do Sul 2006-2007. A pesquisa, feita anualmente pela fundação, traz informações sobre o pombão, a pomba-de-bando, a perdiz, a marreca-caneleira, a marreca-piadeira e o marrecão e indica que as populações permanecem estáveis.
O relatório, propondo também que o período de caça se estenda até 27 de agosto, já foi encaminhado ao Ibama, que deve analisá-lo.
Controle será feito por Ibama e Brigada Militar
No meio da temporada de 2005, ONGs de proteção aos animais conseguiram liminar na Justiça para suspender a caça no Estado. A disputa judicial se estendeu durante o ano passado. Apenas em agosto, segundo a Federação Gaúcha de Caça e Tiro, a prática foi autorizada. Como o período da temporada estava no final, não houve caça em 2006.
- A gente espera que possa ter uma temporada de caça sem interrupções este ano. As pesquisas provam que não somos responsáveis por desequilíbrio na fauna no Estado. Mostram que a população desses animais permanece em equilíbrio quando há ou não há caça - diz o presidente da federação, Lúcio Paz.
A pesquisa feita pela FZB analisa densidade das populações, estrutura etária e razão dos sexos das espécies.
- Esses elementos dão idéia da saúde das populações. Se os dados estão estáveis, pode-se dizer que a caça não está tendo efeito negativo sobre as espécies - explica Marcelo Duarte, coordenador da pesquisa.
Ele diz ainda que cabe à FZB apenas a questão técnica:
- A fundação faz a análise técnica, que diz se a população suporta ou não a atividade de caça. A discussão ética sobre a prática fica entre caçadores e ONGs.
Com base nos dados apontados pela pesquisa, é definida a época, a região e a cota de caça de cada uma das espécies. Brigada Militar e Ibama devem garantir o controle.
(Zero Hora, 10/05/2007)