DEFENSORES DO GASODUTO CONFIAM NO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
2001-11-06
O senador Moreira Mendes (PFL-RO) afirmou em discurso, nesta segunda-feira (05/11), que o gasoduto da Petrobras que transportará gás de Urucu (AM) até Porto Velho (RO), numa distância de 550 quilômetros, viabilizará a instalação de um pólo industrial na capital de Rondônia. Inicialmente, o gás movimentará uma termelétrica de 403 megawatts, a primeira da Região Norte a usar o gás do Amazonas. No momento, o Ibama promove audiências públicas para debater o impacto ambiental do gasoduto, antes de expedir as licenças para início da obras. A primeira foi realizada em Brasília, na última terça-feira, com a presença de parlamentares da região. Nesta terça (06/11), o debate será em Coari (AM) e, na quinta (08/11), em Porto Velho. O Ibama e a Petrobras marcaram audiências também em Canutama (AM), no dia 10, e em Lábrea (AM), dia 12. Moreira Mendes observou que a Petrobras é reconhecida mundialmente por sua capacidade para projetar gasodutos em regiões de selva tropical e não deverá enfrentar problemas para obtenção das licenças de impacto ambiental do Ibama no caso do gás de Urucu. Antes, a empresa projetou o gasoduto Brasil-Bolívia, que passa pelo Pantanal de Mato Grosso. O gás de Urucu será levado até Porto Velho pela TNG Participações, empresa que tem como sócias a Gaspetro (subsidiária da Petrobrás) e a Duto Norte, esta formada pela norte-americana El Paso e pela brasileira Termogás. A princípio, o gasoduto deverá ser construído por empresa privadas, escolhidas em licitação pública, e as obras devem ser encerradas ainda em 2003. Urucu possui reservas calculadas em 90 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Deverão ser transportados 2,3 milhões de metros cúbicos por dia. Os ambientalistas contrapõem os argumentos dos defensores do projeto relacionando os interesses econômicos envolvidos. Os novos gasodutos levarão gás natural a usinas elétricas como a Estação de Energia de Porto Velho em Rondônia, assim como aos estados do Amazonas e do Acre. - A companhia internacional de energia El Paso, de Houston, nos EUA, é sócia majoritária das duas maiores usinas elétricas favorecidas pelo gasoduto. Atualmente a El Paso controla mais de 76% da energia gerada no estado do Amazonas e está se tornando líder na produção de energia de Rondônia, diz o manifesto. Segundo este documento o licenciamento vem sendo feito às pressas e sem adequada consulta à população. - Não está programada nenhuma audiência pública em Manaus, o principal centro econômico do Estado do Amazonas, onde se concentram os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, bem como a grande maioria das organizações da sociedade civil. Nem o governo do Amazonas teve chance de se manifestar a respeito. Também não foi dado tempo adequado para que a população tome ciência dos Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente, recém apresentados por uma empresa contratada pela Petrobras, conclui o texto.