Agricultores assentados no município de Pinheiro Machado, na Zona Sul do Estado, começaram nesta quarta-feira (9/5) a arrancar dos seus próprios lotes os eucaliptos que haviam sido plantados em parceria com a empresa Votorantim.
De acordo com o Movimento Sem Terra (MST), são doze famílias, em cinco assentamentos no município. Gilson Rodrigues, integrante do MST na região, diz que as famílias foram convencidas pela empresa, mas perceberam que a prática não é adequada. “O pessoal vai entrando nessa idéia de que seria uma solução de investimento. Nós, entrando no debate de que o objetivo dos assentamentos da Reforma Agrária é produzir alimentação, e de que não é o eucalipto que vai solucionar o problema da agricultura familiar no País, as famílias entraram em consenso, e estamos destruindo todos os eucaliptos dos lotes”, diz.
De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que notificou as famílias, os agricultores podem perder seus lotes casos mantenham os plantios de eucalipto. O contrato com a Votorantim seria uma forma de arrendamento, o que não pode ser feito, já que os agricultores possuem apenas uma concessão de uso da terra. Baseado nisso, o MST pedirá a anulação dos contratos com a empresa.
“Nós estamos entrando na justiça, pedindo a anulação do contrato entre as famílias e a Votorantim. E acreditamos que a Justiça vai entender a situação, principalmente porque as famílias possuem uma concessão de uso e não pode haver arrendamento no contrato com o Incra”, explica.
No mês de abril, a mesma atitude já havia sido tomada por famílias assentadas em Pedro Osório.
(Agência Chasque, 09/05/2007)