Os servidores do Ibama reúnem-se hoje (10/5) para decidir sobre uma possível greve. Desde a última sexta-feira (04/5), os servidores do Amazonas já estão em greve por tempo indeterminado.
De acordo com o presidente da Associação dos Servidores do Ibama (Asibama), Jonas Correia, a categoria é contra ao que classifica como fragmentação do instituto. “Nós teremos uma plenária com participação de todos os estados onde, quase com 100% de certeza, vai ser determinada greve por tempo indeterminado em todo território nacional”, diz Correia.
Ele participou da marcha realizada ontem (09/5) na Esplanada dos Ministérios por cerca de 200 servidores do Ibama de vários estados contra a aprovação da Medida Provisória (MP) 366/07 no Congresso. A MP determina que a gestão das unidades de conservação e dos centros de pesquisa será competência do recém-criado Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
De acordo com o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Pedro Armengol, a MP tem um reflexo negativo na execução de políticas ambientais do país, pois elas são interligadas. “A MP vai pulverizar as ações das políticas ambientais do país, transferindo a maioria das atividades executadas pelo Ibama para uma nova estrutura com capacidade operativa reduzida, inclusive de pessoal”, avalia Armengol.
“Ela [a medida provisória] não prejudica só os servidores do Ibama, ela prejudica o povo brasileiro. Porque na verdade com a fragmentação do Ibama, estarão enfraquecendo a nossa área de licenciamento. Aqueles que querem o desenvolvimento a qualquer custo vão conseguir fazer com que esse licenciamentos saiam.”
Para os servidores do Ibama, a MP foi "arbitrária e autoritária". "Ela não foi discutida em nenhum momento com a sociedade", critica o presidente da Asibama. "Os servidores do Ibama tomaram conhecimento desse pacote quando a medida provisória foi editada. Isso prova que essa medida é arbitrária.”
(Por Clara Mousinho,
Agência Brasil, 09/05/2007)