Os Estados Unidos e aliados europeus disseram na quarta-feira (09/05) que a Coréia do Norte e o Irã representam a maior ameaça ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, e Washington pediu novas medidas para impedir abandonos do pacto. A Coréia do Norte se retirou do TNP em 2003 e explodiu um artefato nuclear no ano passado, enquanto a ONU impôs sanções ao Irã por suspeitas de descumprimento às salvaguardas do TNP destinadas a evitar a difusão da tecnologia da bomba atômica.
As potências ocidentais criticaram duramente Teerã e Pyongyang numa reunião em Viena com os 130 Estados membros do TNP para avaliar formas de reforçar o enfraquecido tratado.
As atividades de duas semanas, que terminam na sexta-feira, ficaram uma semana paradas por causa de objeções iranianas a uma agenda que o país temia que fosse apontá-lo, enquanto deixaria de lado outras questões relativas ao tratado. Teerã aceitou um acordo na terça-feira pelo qual Estados com armas nucleares aceitariam permitir a discussão sobre planos para modernizar seus arsenais, apesar dos compromissos de eliminá-los gradualmente.
Quando o debate passou na quarta-feira à não-proliferação, as delegações ocidentais se estenderam em como Irã e Coréia do Norte são símbolos dos males que afetam o TNP, e pediram fortes contra-medidas. Mas delegados das nações em desenvolvimento dizem que só o desarmamento nuclear total garantiria o respeito de todos ao TNP. Washington afirmou que a conduta do Irã e da Coréia do Norte salienta as fraquezas do tratado.
Os EUA disseram que a detonação pela Coréia do Norte de um artefato "que estava desenvolvendo durante anos, enquanto ainda era membro de má-fé do TNP", e as insinuações de que Teerã pode deixar o tratado também se as sanções se intensificarem mostram a necessidade de que o acordo seja revisto.
O chefe da delegação dos EUA, Christopher Ford, pediu que os que se retiram do TNP sejam proibidos de importar mais materiais nucleares, tenham de devolver os produtos obtidos anteriormente ostensivamente para fins civis e sejam qualificados pelo Conselho de Segurança da ONU como uma ameaça à paz que mereceria punição. "É importante tornar a retirada não atraente antes que outros violadores fiquem tentados a seguirem tal curso. (Do contrário) tratados como o TNP podem rapidamente se tornar formalismos perigosamente rasos."
(Reuters, 09/05/2007)