Entidades do setor produtivo da Capital estão preocupadas com o comprometimento da imagem da cidade em função da Operação Moeda Verde. A convite do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon), presidentes de associações e sindicatos reuniram-se para discutir os impactos do processo. Em reunião fechada, eles debateram o assunto por três horas. Uma nota oficial assinada pelas entidades deve ser divulgada.
"A preocupação do setor produtivo é com a inibição de investimentos, suspensão de projetos e recuo da economia local, inclusive com possíveis demissões", disse o presidente do Sinduscon, Hélio Bairros. Ele defende que para colher os depoimentos dos suspeitos não havia necessidade de tanta exposição. Não imaginamos privilégios ou favores. Mas o linchamento público de qualquer cidadão é condenável", afirma.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), Dilvo Vicente Tirloni, explica que a proposta das entidades é mostrar para a cidade a importância do setor como gerador de emprego e renda. "Somos contra qualquer iniciativa para subverter a lei, mas não podemos fazer julgamento de valor. Parece que colocaram todo mundo no mesmo balaio de equívocos. Não é eliminando os ricos que você vai combater a pobreza", avaliou. Ele considera que a operação "expôs pessoas importantes da cidade ao julgamento prévio".
Participaram da reunião representantes de outras entidades como Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Empresarial Metropolitana da Grande Florianópolis (Aemflo), FloripAmanhã e Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis.
A situação de indiciados pela PFJUAREZ SILVEIRA
(vereador, sem partido)
MOTIVO
é apontado pela Polícia Federal como o chefe da quadrilha. As escutas revelam indícios da participação/intermediação direta de Juarez na aprovação de licenças ambientais e a sua influência na aprovação de leis municipais para beneficiar determinados grupos de empresas e empresários na cidade
DEFESA
a defesa critica a ação da Polícia Federal, principalmente a preventiva. Um dos advogados dele, Rodrigo Silva, disse em entrevista à RBS TV que a medida é extrema e desnecessária e que não há denúncia que a sustente. O advogado deve entrar com habeas-corpus no TRF4, em Porto Alegre.
RENATO JOCELI DE SOUZA (secretário afastado da Secretaria Municipal de Urbanismo e Serviços Públicos, a Susp)
MOTIVO
Há indício de que Renato teria facilitado a concessão da licenças, entre elas a do Hospital Vitta.
DEFESA
o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho questionou a necessidade da prisão preventiva. Sobre as denúncias do esquema das licenças, diz que há uma grande confusão no mérito das acusações. "Aconteceu uma punição antecipada", pensa Gastão, que ingressou com habeas-corpus no TRF4.
ANDRÉ LUIZ DADAM
(ex- servidor da Fatma)
MOTIVO
Teria recebido propina para conceder favores indevidos ao Grupo Habitasul e feito promessa de auxílio nos procedimentos administrativos de licenciamentos junto à Fatma para Fernando Marcondes de Matos, conforme revelam as interceptações telefônicas.
DEFESA
O advogado André Mello Filho informou,na semana passada, que vai pedir liberdade provisória a seu cliente.
RUBENS BAZZO
(diretor afastado da Susp)
MOTIVO
Foi responsável pela análise do processo referente ao Colégio Energia, dentre outros procedimentos suspeitos. Segundo apurou a Polícia Federal, o servidor também garantiu a Percy (diretor do Colégio Energia) que o seu processo seria analisado “com carinho”. Também teria exercido influência na liberação da Boate Km-7.
DEFESA
O advogado Leoberto Baggio Caon informou, na semana passada, que vai pedir a liberdade provisória, pois seu cliente é réu primário, sem antecedentes criminais, com profissão definida e residência fixa em Florianópolis. Ontem, porém, o advogado não foi localizado.
Afastados de cargos públicos por ordem da Justiça
MARCELO VIEIRA NASCIMENTO
(servidor afastado da Floram)
Foi preso temporariamente e está solto
Também teve quebrados os sigilos bancário e fiscal
FRANCISCO RZATKI
(superintendente afastado da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis/Floram)
Chegou a ser preso temporariamente, mas está solto. Teve os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça
ITANOIR CLÁUDIO
(chefe de gabinete do vereador Juarez Silveira)
Foi preso, mas está solto
O futuro da investigaçãoA Polícia Federal não trabalha com prazo final para encerrar as investigações. O único prazo oficial até agora, de acordo com a assessoria de comunicação da PF, é o de 30 dias para a análise dos documentos apreendidos durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos com os suspeitos, em suas casas, locais de trabalho ou órgãos públicos, 30 malotes com documentos.
A delegada Julia Vergara, que comanda as investigações, começará hoje a analisar os documentos apreendidos.
Após a análise, a Polícia Federal deverá estudar se indicia ou não os suspeitos à Justiça. Segundo a assessoria da PF, é possível que um novo inquérito seja instaurado para tratar do andamento do processo, já que atualmente vem de uma investigação desencadeada em inquérito há nove meses. Toda a movimentação do trabalho policial está sendo acompanhada pela Vara Ambiental da Justiça Federal e Ministério Público Federal.
(Por Diogo Vargas,
A Notícia, 09/05/2007)