Sete horas. Foi o tempo que o presidente da Santa Catarina Turismo (Santur) e vereador licenciado em Florianópolis, Marcílio Ávila (PMDB), permaneceu ontem (08/5) na Superintendência da Polícia Federal (PF).
O político era o único entre os 22 alvos da Operação Moeda Verde da PF que tiveram prisão temporária decretada e que ainda não tinha sido localizado. Ele procurou a polícia após a Justiça Federal ter decretado sua prisão preventiva, na segunda-feira à noite, prestou depoimento de mais de cinco horas e ganhou a liberdade em seguida por ordem judicial sem ter passado por uma cela. À noite, Ávilla foi chamado para uma conversa com o governador Luiz Henrique (PMDB) e, até o fechamento desta edição, permanecia no cargo.
Ex-presidente da Câmara de Vereadores da Capital entre 2005 e 2006, Marcílio Ávila chegou por volta das 11h20 na sede da PF acompanhado de dois advogados. Foi interrogado pela delegada Júlia Vergara, responsável pela investigação, que corre em sigilo judicial. A polícia disse que ele colaborou no depoimento e respondeu a todos os questionamentos. A ordem para soltar Marcílio chegou à PF pouco antes das 19 horas. O juiz Zenildo Bodnar explicou que, com a apresentação dele, sua prisão preventiva não era mais necessária.
Suspeito de agir com influência para a liberação do Floripa Shopping, no qual houve alteração do plano diretor, Ávila afirmou que está tranqüilo e que não agiu por interesse pessoal, e sim pela cidade. Admitiu, no entanto, interferência para pedir agilidade aos processos. "A máquina do Executivo precisa ser mudada, ter mais agilidade. Mas ela não anda. Empreendimentos bons acabam saindo da cidade", defendeu-se.
Sobre mudança na legislação municipal que beneficiou o shopping, o vereador ressaltou que houve consulta do ministério público e que agiu com lisura. "Florianópolis não comporta indústrias. Então, determinados empreendimentos são necessários, mas dentro da lisura, e foi isso o que eu fiz."
(Por Diogo Vargas,
A Notícia, 09/05/2007)