O atraso em quatro obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Santa Catarina vai trazer impactos para o Estado no curto prazo. Investimentos de R$ 1,3 bilhão no aeroporto de Florianópolis, no contorno ferroviário de São Francisco do Sul, na linha de transmissão Palhoça-Desterro e na hidrelétrica de Pai Querê estão em compasso de espera, principalmente, por causa de pendências ambientais.
Os problemas maiores devem ser sentidos na Capital. A linha de transmissão de energia de 130 quilômetros entre Palhoça e a parte insular da Capital está pela metade há dois anos. Desde então, o cabo submarino – protagonista do entrave ambiental – está armazenado em Santos (SP). Com previsão de R$ 66,8 milhões, a obra seria vistoriada ontem (08/05) quinta vez pelo Ibama, se os funcionários da entidade não estivessem em greve.
O efeito do atraso na construção da linha será visível à população florianopolitana ainda este ano, durante a temporada de verão. “A quantidade de turistas vai ser ainda maior este ano. Se o crescimento se mantiver em 12%, como no ano passado, teremos que cortar energia”, explica o diretor-técnico da Celesc, Eduardo Sitônio. A distribuidora cortou carga no último dia de 2006 e no Carnaval, em períodos de 20 a 40 minutos.
Outra obra que terá reflexos negativos sobre o turismo é a construção do novo terminal do aeroporto de Florianópolis, onde estão programados investimentos de R$ 295 milhões. Ela não saiu do papel por causa da falta de recursos. Ainda não há previsão para o início das obras.
O projeto prevê a ampliação da área destinada ao embarque e desembarque de passageiros, que passaria de 8,4 mil para 33,8 mil metros quadrados; a construção de quatro pontes de embarque; e a ampliação do pátio para as aeronaves. Quando pronto, permitirá que 12 aviões operem simultaneamente. Atualmente, isso só é possível com cinco.
As últimas reformas não surtiram efeito, diz Kid Stadler, diretor da Associação Brasileira de Agências de Viagem em Santa Catarina (Abav-SC). “O aeroporto é um gargalo há mais de 15 anos.” No ano passado, passaram, em média, 4,4 mil passageiros no aeroporto. Só no Carnaval, o movimento saltou para 7,4 mil.
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A Notícia, 09/05/2007)