Os quase 180 milhões de viajantes chineses que viajaram durante a recente semana de férias, correspondente ao Dia do Trabalho, representaram uma grande ameaça para o patrimônio e ao meio ambiente, informa a imprensa local. Segundo Xie Ninggao, diretor do Centro de Estudos de Patrimônio da Humanidade da Universidade de Pequim, o excesso de turistas pode mudar as características ambientais e causar danos incalculáveis. Especialistas pedem que o Governo siga o exemplo de outros países, que limitam o número de visitantes para proteger seus monumentos.
Mais de 4,86 milhões de turistas escolheram Pequim como destino de férias entre 1 e 7 de maio, informou o jornal "South China Morning Post", de Hong Kong. É um recorde em relação às últimas 20 "semanas douradas". As outras duas são durante o Ano Novo Chinês, em janeiro ou fevereiro; e no Dia da Pátria, 1 de outubro. A Cidade Proibida, maior complexo de palácios imperiais do mundo, no coração da capital chinesa, recebeu uma média de 70 mil turistas por dia durante a semana de férias. Foram 114 mil só no dia 2 de maio, o dobro de sua capacidade máxima.
O total arrecadado com a venda de ingressos superou 23 milhões de iuanes (US$ 2,9 milhões). Mas muitos turistas se queixaram do excesso de gente e barulho, segundo a "Rádio Internacional da China". No trecho da Grande Muralha de Badaling, um dos pontos mais populares entre os turistas, por sua proximidade de Pequim, o número de visitantes aumentou mais de 30% em relação ao mesmo período de 2006. Cerca de 62 mil pessoas formaram longas filas todos os dias. Foram necessários cerca de 300 policiais para garantir a segurança.
Outros lugares declarados patrimônio da humanidade pela Unesco, como a antiga cidade de Pingyao, as grutas de Longmen e o Monte Taishan (uma das cinco montanhas sagradas para os taoístas), também foram muito procurados. O Executivo chinês estuda a possibilidade de cancelar uma das três "semanas douradas" e estender os dias de férias ao longo do ano, para evitar as altas temporadas, que resultam em serviços precários para os turistas, segundo a Administração Nacional de Turismo, citada pelo jornal de Hong Kong.
(EFE, 08/05/2007)