O plano de manejo do Parque Natural Municipal de São Lourenço, em Santa Teresa, já está concluído. Os estudos que permitiram sua elaboração apontaram que a área abriga diversas espécies ameaçadas de extinção. O parque faz parte do Corredor Centro-Norte Serrano, uma das dez áreas prioritárias do Corredor Central da Mata Atlântica.
A assessoria do Corredor Ecológico informou que o plano de manejo do Parque de São Lourenço foi elaborado com recursos do Programa Piloto para a proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PDA) da Mata Atlântica, contando com o apoio de várias instituições nacionais e internacionais.
O plano foi executado pela Sociedade Civil dos Bombeiros Voluntários de Santa Teresa, representado por Nilton Broseghini. Contou com a coordenação das biólogas Aparecida Demoner Ramos e Magaly Broseghini.
Os autores do plano de manejo informam que "um total de 176 espécies de aves e 63 de mamíferos, muitas das quais incluídas nas 'listas vermelhas' das espécies consideradas ameaçadas de extinção nos três diferentes níveis (estadual, nacional e/ou mundial) foram registradas na região do Parque Natural Municipal de São Lourenço".
No relatório, é registrado ainda que "entre espécies ameaçadas de extinção foram registradas 13 espécies de aves como: o papagaio-de-cabeça-vermelha (Amazona rhodocorytha) - um dos papagaios mais comercializados no tráfico de animais silvestres no Espírito Santo; a coruja-preta (Strix huhula) - espécie florestal".
E que "dentre os mamíferos foram 22 espécies ameaçadas como: a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) - espécie florestal, o sagüi-da-serra (Callithrix flaviceps) - só ocorre na região serrana do Espírito Santo e leste de Minas Gerais; o guigó (Callicebus personatus) - espécie florestal, o muriqui (Brachyteles hypoxanthus) - maior macaco do continente Americano, dentre outros".
Os autores destacam "o número de espécies endêmicas da Mata Atlântica (espécies que só ocorrem neste bioma): 55 aves e 21 mamíferos. Alguns exemplos dentre as aves: araçari-poca (Selenidera maculirostris); formigueiro-assobiador (Myrmeciza loricata); papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera); chupa-dente (Conopophaga lineata); corocochó (Carpornis cucullata); tropeiro-da-serra (Lipaugus lanioides)".
E, ainda: "tangarazinho (Ilicura militaris); tangará (Chiroxiphia caudata); saíra-ferrugem (Hemithraupis ruficapilla); saíra-douradinha (Tangara cyanoventris), além de sete espécies de beija-flores. Dentre os mamíferos: cuíca (Marmosops incanus); Primatas tais como: barbado (Alouatta guariba); sagüi-da-serra (Callithrix flaviceps); guigó (Callicebus personatus) e muriqui (Brachyteles hypoxanthus), dentre outros".
Os autores também destacaram a importância da vegetação do parque e apontam que a unidade poderá ser um ponto de visitação no Estado.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 08/05/2007)