A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu nesta segunda-feira (07/05) o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil para garantir o abastecimento que permitirá manter uma taxa de crescimento de 5% ao ano.
- Não acho que haja muitas alternativas, porque, do ponto de vista técnico, as energias solar e eólica não são alternativas reais para um país em crescimento - disse Dilma em entrevista coletiva com outros ministros.
O Governo Federal estuda a possibilidade de retomar as obras de construção da usina nuclear de Angra III, mas o Ministério do Meio Ambiente se opõe à idéia.
Rousseff admitiu que tem divergências com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mas deu a entender que a decisão de ampliar as fontes de geração de energia nuclear já está tomada.
As usinas de energia nuclear em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, produzem juntas cerca de 1.500 megawatts de energia, equivalentes a 2% do total gerado no país.
Angra III foi contratada em 1976 e as obras começaram em 1984, mas estão suspensas desde 1986 por falta de orçamento. Os equipamentos necessários para operar a usina, projetada para produzir 1.309 megawatts de energia, foram adquiridos há vários anos e estão em 'perfeitas condições', segundo a Eletronuclear, responsável pela operação das usinas.
Segundo Dilma, Angra III está nos planos do Governo Lula, assim como as duas usinas hidrelétricas que pretende construir no rio Madeira, na fronteira com a Bolívia. No entanto, o país vizinho, grupos ambientalistas e o próprio Ministério do Meio Ambiente expressaram a preocupação com o projeto.
Na mesma entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, argumentou que a economia brasileira irá crescer 4,5% este ano e garantiu que 'todos os indicadores são favoráveis' neste momento.
Mantega explicou que a Fazenda e o Banco Central confirmaram suas previsões de que a economia crescerá 4,5% em 2007 e atingirá 5% entre 2008 e 2010, advertindo que será necessário garantir o abastecimento energético para manter a expansão. O ministro disse que o crescimento será mantido apesar da alta do real frente ao dólar.
De acordo com o ministro, a recuperação do real reflete a melhoria da economia nacional, mas também o baixo crescimento registrado nos Estados Unidos.
Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os ministros explicaram que 91,6% das obras previstas estão sendo executadas 'de forma satisfatória'. O PAC, eixo central do segundo mandato de Lula, prevê investimentos da ordem dos US$ 234 bilhões nas áreas de infra-estrutura, energia, social e saneamento até 2010.
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JB online, 07/05/2007)