O diretor do departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, avalia que a dificuldade das commodities agrícolas terem bom preço no mercado internacional decorre do fato de esses produtos serem genéricos e não terem uma marca, como é o caso de uma calça jeans, por exemplo.
Sampaio participou nesta segunda-feira (07/05) da conferência internacional "Global Initiative on Commodities", que até vai sexta-feira, em Brasília, e vai discutir as questões relacionadas ao tema, bem como sua importância para a economia interna dos países pobres ou em desenvolvimento.
Especificamente em relação ao Brasil, ele acredita que o etanol pode se tornar uma commodity "de muita aceitação no mercado internacional", já que o combustível tem despertado o interesse em inúmeros países. "O país não teme concorrência no campo do etanol com o interesse manifestado por outros paises de produzi-los. É até favorável que isso aconteça, para que seu abastecimento seja sustentável no mercado internacional."
Ele defende a idéia de que a expansão de plantações de cana-de-açúcar não significam perigo de devastação florestal.
Segundo ele, embora o Estado de São Paulo produza metade da cana-de-açúcar do país (com 3 milhões de hectares de lavoura), ocupa 15 milhões de hectares para pastagens. "Ou seja, três vezes mais que as plantações de cana."
A soja, acrescenta Sampaio, ocupa 22 milhões de hectares. "Há muita área desmatada próximo das cidades dotadas de infra-estrutura e que estão sub-aproveitadas. Essas áreas podem vir a ser utilizadas para aumentar o plantio de cana, sem prejuízos para o meio ambiente."
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JB online, com informações da Agência Brasil, 07/05/2007)