O Rio Grande do Sul não pode deixar de lado a questão ambiental, que tanto preocupa o mundo, porque diz respeito ao futuro do homem no planeta, mas não pode, também, simplesmente escorraçar investimentos que se relacionam com seu desenvolvimento econômico e social e interessam a todos os gaúchos. A questão de plantar ou não eucaliptos, que está na raiz da crise que atinge a área ambiental do governo estadual, ameaçou transformar-se, na semana passada, antes da demissão da secretária do Meio Ambiente, Vera Calegaro, na "Ford do governo Yeda", pois poderia representar a expulsão do Rio Grande do Sul de investimentos que a Secretaria de Desenvolvimento calcula em R$ 5 bilhões.
Como diz, com muito acerto, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, "é preciso encontrar, com urgência, o equilíbrio entre a questão ambiental e o processo de desenvolvimento". Ninguém investe em regiões onde não há regras claras ou elas mudam continuamente. Tigre teme que, no Rio Grande do Sul, a bandeira ambiental tenha sido ideologizada e esteja sendo usada como pretextos para criar um clima "de amplo antagonismo entre a iniciativa privada, os governos, o legislativo e os cidadãos". É preciso harmonia no debate e pressa na decisão. "Assim como precisamos equacionar o efeito estufa, também não podemos admitir que se venha abafar o empreendedorismo gaúcho e os investimentos na nossa economia", conclui o presidente da Fiergs.
(Painel Econômico - Danilo Ucha, Jornal do Comércio, 08/05/2007)