O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, considerou "inaceitável" o fato de 2,6 bilhões de pessoas no mundo, entre elas 980 milhões de crianças, não terem acesso a serviços básicos de saneamento. Assim disse o diplomata na inauguração da reunião preparatória para o Ano Internacional do Saneamento, que será celebrado em 2008, conforme uma decisão tomada na Assembléia Geral da ONU de dezembro passado.
"Num momento em que são registrados avanços no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, o saneamento continua sendo uma área crucial na qual ficamos para trás", declarou Ban."Ao redor do mundo, cerca de 2,6 bilhões pessoas, o equivalente a dois de cada cinco seres humanos, não têm acesso a serviços de saneamento básico. Isto é simplesmente inaceitável", disse.
Cálculos indicam que aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo todo passaram a ter mais acesso a serviços de saneamento nos últimos 14 anos, o que mostra uma ampliação de 49% a 59% nas áreas atendidas por redes de esgoto e outras medidas de salubridade. Ainda assim, caso este ritmo se mantenha, em 2015, ano limite para o alcance dos Objetivos do Milênio, 2,4 bilhões de pessoas continuarão sem acesso a tais serviços.
Ban disse que o acesso ao saneamento é uma questão fundamental da dignidade humana e dos direitos humanos. Além disso, é crucial para o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental. Com base neste cenário, o secretário-geral das Nações Unidas pediu aos países e organizações participantes da reunião de hoje que estabeleçam diretrizes claras quanto ao que pode ser feito não só durante o Ano Internacional do Saneamento, mas a longo prazo.
Além disso, frisou que o assunto deve ganhar a prioridade política que realmente merece. "Os esforços das agências da ONU só são uma parte da equação. Para que ocorra uma mudança real, são necessários recursos, compromissos, mudanças políticas e outros passos concretos por parte dos Governos, da sociedade civil e de outros atores", destacou.
(EFE, 08/05/2007)