A organização não-governamental Greenpeace voltou a cobrar ontem (07/05) medidas dos governos federal e estadual para conter a retirada ilegal de madeira no Pará. De acordo com a entidade, a Estrada do Iriri, mais conhecida como Transiriri, está sendo intensamente usada para o transporte criminoso de mogno.
Com cerca de 200 km, a Transiriri começou a ser construída na década de 60 para apoiar a atividade de mineração no estado. Saia no município de São Félix e atravessava o Rio Xingu indo em direção à Terra do Meio. Foi expandida principalmente pela indústria ilegal de mogno, na década de 80, explica o engenheiro florestal do Greenpeace, Marcelo Marquezini, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.
Segundo ele, em 2002, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mapeou 20 mil quilômetros de estradas ilegais na Terra do Meio. A Transiriri já era apontada como um dos principais pontos de entrada para estradas ilegais. Atrás dos madeireiros vieram então os grileiros, se apossando de terras. Transformaram em fazendas e passaram a comercializar. Também pequenos agricultores aproveitaram a estrada para conseguir o seu pedacinho de terra.
O engenheiro florestal do Greenpeace reivindica ainda a reabertura da base operativa do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) na região do Xingu. É interessante que no no Plano Nacional de Combate ao Desmatamento, o governo colocou no Xingu uma base operativa do Ibama. Ela funcionava esporadicamente e hoje está fechada.
(Por Clara Mousinho,
Agência Brasil, 07/05/2007)