O pesquisador Gerard Moss vai iniciar em agosto a expedição Rios Voadores. Ele quer mostrar às regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste a importância que a floresta amazônica exerce nas chuvas brasileiras. O projeto tem o objetivo de conscientizar as populações urbanas sobre a importância da preservação do meio ambiente para a manutenção do clima de todas as regiões do Brasil.
Em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, ele explicou que os "rios voadores" são o vapor d'água das árvores da floresta, carregados pelos ventos até as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste em forma de chuvas.
“Essa terminologia serve para demonstrar que existem importantes ligações entre o vapor d'água das regiões amazônicas para o Sul e o Sudeste do país. E que, de certa forma, o Sudeste depende da Amazônia em pé, pela importância da precipitação das chuvas”, acrescentou.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a devastação da floresta poderá aumentar fenômenos de aquecimento global, como o El Niño. Moss lembrou que 60% das chuvas de algumas regiões do Sudeste são de regiões amazônicas, “um fato desconhecido pelo brasileiro urbano”. E que "só uma árvore evapora 300 litros de água por dia".
A expedição pretende acompanhar e mapear a origem das águas do Brasil, a fim de comprovar que a Amazônia é a verdadeira nascente dos recursos hídricos do país. “O tamanho desse rio voador não é conhecido, mas há uma estimativa de que esse vapor d'água que desce na região Sudeste representa uma quantidade de água equivalente ao Rio Amazonas”, informou.
Rios Voadores faz parte do Projeto Brasil das Águas, que durante 14 meses traçou um panorama da qualidade das águas dos rios brasileiros.
Mais informações sobre os projetos de Moss podem ser obtidas na internet, nos endereços www.riosvoadores.com.br e www.brasildasaguas.com.br.
((Por Clara Mousinho, da Agência Brasil, 07/05/2007)