Países em desenvolvimento pedem mais dinheiro e tecnologia para combater os efeitos, potencialmente catastróficos, do aquecimento global, no momento em que mais de mil diplomatas começam a trabalhar, nesta segunda-feira (07/05), em um novo acordo para o controle dos gases causadores do efeito estufa.
Cento e sessenta e seis países e instituições participam da reunião de duas semanas da Convenção-Quadro sobre Mudança Climática, em Bonn, e deverão negociar elementos essenciais do tratado que sucederá o Protocolo de Kyoto, que definiu metas obrigatórias de cortes nas emissões de gases do aquecimento global, a serem cumpridas por países industrializados.
O protocolo expira em 2012, e os delegados dizem que um novo acordo deverá estar pronto dentro de dois anos, para que a sucessão dos regimes de controle se dê sem sobressaltos. As idéias levantadas na reunião preliminar realizada na Alemanha serão, depois, apresentadas em um evento maior em Bali, na Indonésia, em dezembro, quando a ONU espera lançar oficialmente as negociações para o próximo tratado.
Espera-se que o novo acordo possa contar com a participação dos Estados Unidos, que abandonaram o Protocolo de Kyoto, e de gigantes emergentes como Índia e China, que ficaram isentos dos compromissos firmados no protocolo.
Esta será a primeira reunião das delegações governamentais encarregadas de negociar a mudança climática desde o lançamento, neste ano, de relatórios do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC), uma rede de mais de 2.000 cientistas que emitiu alertas sobre as conseqüências trágicas do aquecimento global provocado pela atividade humana.
Os relatório avisam que a mudança climática atingirá mais duramente os países mais pobres, e milhões de pessoas poderão sofrer com fome, sede e epidemias. Em seu relatório mais recente, lançado na última sexta-feira, 4, o PICC afirma que existem meios de evitar o pior, desde que os governos ajam rapidamente e comprometam recursos.
(Associated Press, 07/05/2007)