O pedido de demissão da secretária estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro, que alegou, sexta-feira à noite (4/5), motivos de saúde para permitir seu afastamento do comando da pasta, foi analisado por deputados estaduais.
Edson Brum, do PMDB, afirmou ter ficado surpreso com a saída de Vera. Disse, porém, esperar que o substituto no cargo tenha capacidade de aumentar o diálogo sobre as questões ambientais. 'A crise poderia não ter ocorrido se, anteriormente, houvesse maior espaço para conversa com os interessados. O sucessor precisará construir essa ponte de integração com os ambientalistas e investidores para montar o projeto de zoneamento sem trazer prejuízos para ninguém', explicou. Brum apoiou ainda a atitude da governadora Yeda Crusius de viabilizar novo Termo de Ajustamento de Conduta, na quinta-feira, que prevê regras mais amenas para a plantação de eucaliptos no Rio Grande do Sul.
Para Berfran Rosado, do PPS, as questões ambientais são cruciais ao Rio Grande do Sul e, por isso, precisam ter equilíbrio com a necessidade de desenvolvimento econômico e social. Destacou a importância de que a secretaria tenha em seu comando um representante capaz de realizar as negociações e articulações com os setores envolvidos e que conheça a legislação referente a essa área específica. 'Não adianta somente conhecimentos técnicos para assumir cargo com tamanha relevância para o futuro do Estado', disse o parlamentar.
Alberto Oliveira, do PMDB, disse esperar que a situação se normalize. Segundo ele, dificuldades ocorrem, mas falta diálogo e encaminhamentos de soluções. Para Adroaldo Loureiro, do PDT, que deixou a base do governo há menos de um mês, a crise no setor ambiental era anunciada. 'A secretária não tinha sustentação no governo e todos sabiam disso', afirmou. Adroaldo destacou ainda que a gestão de Yeda tem sido marcada por muitos conflitos. 'Ao invés de buscar resolvê-los, o Executivo acaba sempre acirrando os ânimos', criticou o parlamentar. Para Marco Peixoto, do PP, a demissão vincula-se à demora na apreciação de projetos que envolvem a economia do Estado. 'Espero que o Piratini indique substituto com consciência de que é preciso partir para o desenvolvimento com urgência', ressaltou.
(Correio do Povo, 05/05/2007)