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ipcc emissões de co2
2007-05-07

Terceira parte do relatório "Mudanças Climáticas 2007" conclui que o mundo tem tecnologia e dinheiro para conter o aquecimento global. Merkel espera avanços na luta contra a mudança climática na cúpula do G8 na Alemanha. O novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), divulgado nesta sexta-feira (04/05) em Bangcoc, na Tailândia, é um impulso para conter rapidamente o aquecimento global.

 

Esta é a avaliação da chanceler federal alemã, Angela Merkel, que atualmente exerce a presidência rotativa da União Européia. "Será decisivo obter avanços tanto na cúpula do G8 em Heiligendamm, daqui a um mês, quanto na Conferência da ONU sobre o Clima, no final do ano em Bali", disse a chefe do governo alemão. "Não temos tempo a perder", acrescentou o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel. Segundo o porta-voz da Chancelaria Federal, Ulrich Wilhelm, o relatório também mostra que a proteção ao clima é economicamente viável.

 

Documento aponta soluções

O relatório final do IPCC, aprovado por representantes de 120 países, concluiu que o mundo tem tecnologia e dinheiro para limitar o aquecimento global, mas deve agir imediatamente. O uso de biocombustíveis e fontes renováveis de energia, melhor eficiência energética e outras medidas podem reduzir o impacto do desastre mundial, diz o texto.

 

Também o uso da energia nuclear, que especialmente na Alemanha divide a opinião pública e o governo, foi mencionado como alternativa para reduzir os danos causados ao clima. Mas os peritos manifestaram dúvidas quanto à segurança dessa tecnologia e ao tratamento do lixo nuclear.

 

Metas e custos

Segundo os cientistas que elaboraram o documento, os próximos 20 a 30 anos serão decisivos na luta contra a mudança climática. Entre 2015 e 2050, as emissões de CO2 precisam ser reduzidas entre 50% e 85% em relação ao nível registrado em 2000, diz o relatório.

 

Somente uma redução dessa ordem permitiria estabilizar o aquecimento global entre 2ºC e 2,4ºC. Os custos das medidas necessárias para tanto foram avaliados em 0,12% do PIB mundial. A União Européia definiu uma elevação de 2ºC da temperatura mundial como limite máximo aceitável.

 

Segundo alguns participantes da conferência, especialmente a China se opôs à limitação das emissões de CO2, temendo que isso desacelere seu crescimento econômico. Segundo o vice-ministro alemão do Meio Ambiente, Michael Müller, nesse ponto, os Estados Unidos e alguns países emergentes se esconderam atrás da posição chinesa.

 

"Motivos para otimismo"

Na opinião diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o teuto-brasileiro Achim Steiner, o novo relatório mostra a viabilidade das propostas de soluções, o que ele que ele vê como "motivos para otimismo". "Em 2007, não só vemos de forma drástica as conseqüências da mudança climática como as soluções ganham um perfil claro", disse Steiner à agência alemã de notícias DPA.

 

Várias organizações ambientalistas elogiaram o relatório e conclamaram os governos a implementar as recomendações do IPCC. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) classificou o acordo sobre a terceira parte do relatório como um "momento histórico. Ele mostra que não custa uma fortuna conter a mudança do clima".

 

O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, disse que "a ciência fez a sua parte, agora a política precisa agir". A primeira e segunda partes do relatório do IPCC foram publicadas, respectivamente, em fevereiro e abril passados. A quarta parte, prevista para novembro, servirá de base para as negociações sobre medidas a serem implementadas após 2012, quando termina a vigência do Protocolo de Kyoto.

(Deutsche Welle, 06/05/2007)

 


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